Porto de Manaus aplica sobretaxa para compensar seca
jul, 17, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202429
As empresas que operam no porto de Manaus, localizado no estado do Amazonas, interior do Brasil, estabeleceram uma sobretaxa por conta da baixa dos níveis de água, em meio a acordos para lidar com o que poderia ser a pior seca na região em 10 anos.
Em carta dirigida aos clientes, a transportadora MSC anunciou uma sobretaxa de US$ 5 mil por contêiner, a partir de 1º de agosto, por período indeterminado, até que os níveis de água voltem ao normal. As rotas afetadas pela taxa extra são de/para Manaus para os EUA, Canadá, México, América Central, Caribe, Costa Leste e Oeste da América do Sul, e Venezuela.
Enquanto isso, uma empresa de cabotagem em Manaus anunciou um serviço adicional de barcaças a partir de 1º de setembro, para transportar cargas de navios para o continente quando o nível da água estiver baixo. Os preços variam de R$ 12.500 a R$ 15.000 por unidade e podem aumentar o tempo de trânsito de quatro para 14 dias.
“Este é o primeiro ano em que este tipo de serviço está disponível”, disse um comerciante brasileiro. “Isso duplica o custo do frete, mas ainda é melhor e mais rápido do que depender das estradas.”
Participantes do mercado mencionam que outras empresas já oferecem serviços semelhantes.
“A questão é que queremos que os clientes paguem essas taxas, mas eles não aceitam isso”, disse um segundo comerciante.
As secas impactam anualmente o porto de Manaus desde o final de agosto até o final do ano. A preocupação para este ano é que os níveis de água cheguem aos níveis mais baixos para os meses de junho e julho desde 2014.
Dados da Agência Nacional de Águas mostram que o Rio Negro está na marca de 26 metros no início de julho, abaixo de todos os níveis anteriores para o período.
A pior seca ocorreu em 2023, quando os níveis das águas atingiram os números mais baixos em novembro, com 13 metros.
“Agora, não há nenhum problema efetivo acontecendo”, disse o primeiro comerciante. “Mas poderíamos chegar a um cenário pior do que no ano passado.”
Ele também mencionou que vem crescendo seus estoques desde o início do ano, criando uma tendência de demanda antecipada no mercado de polímeros.
“Sentimos que a demanda recuou agora em julho”, disse o segundo comerciante. “É o impacto de Manaus. Os clientes também temem comprar agora por causa da sobretaxa devido à baixa dos níveis de água.”
A seca no porto de Manaus é vista pelo mercado como o principal problema que afetará o comércio de resinas no segundo semestre.
“E por enquanto ainda nem entrou em colapso”, disse o segundo comerciante. “Queremos embarcar tudo até 7 de agosto, antes que as coisas piorem.”
O porto de Manaus é o quinto maior porto do país, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Brasil. É o maior da região Norte do Brasil e o maior porto flutuante do mundo.
O estado do Amazonas possui um elevado fluxo de importações, pois é uma zona econômica franca do Brasil e também sede de várias indústrias de transformação.
Source: Platts
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