Porto de Natal: movimentação cai 20,59% em 2023, diz Antaq

Beneficiado geograficamente e próximo aos continentes europeu e afriano, o Rio Grande do Norte tem na atividade marítima a possibilidade de se tornar uma potência econômica e um local estratégico para exportações. Mas a movimentação portuária do estado segue caminho avesso em 2023. Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) mostram que de janeiro a setembro deste ano, o Porto de Natal teve retração de 20,59% em relação ao mesmo período do ano passado.

E a queda também segue a nível estadual, mesmo considerando outras instalações portuárias em atuação no RN, a Antaq registrou uma queda de 8,83% na movimentação portuária. Segundo a Agência, a carga movimentada caiu de 6,4 milhões de toneladas em 2022 para 5,8 milhões de toneladas nos nove primeiros meses deste ano.

Considerando dados do estado, o melhor mês do ano foi o de março, em que 787 mil toneladas de mercadorias passaram pelos terminais portuários do Rio Grande do Norte. Já o pior do ano, foi junho, com 486 mil toneladas. O perfil, de acordo com o estatístico aquaviário da Antaq, é de que 71,9% são de cargas à granel sólidas (4,2 milhões de toneladas), 25,4% granel líquido (1,4 milhão de toneladas) e 2,4% de cargas conteinerizadas (139 mil toneladas).

No estado, mercadorias como o sal, petróleo e derivados e trigo são os que mais passaram pelos portos estaduais no decorrer do ano. Contêineres; frutas – como melões, melancias e mamões; cargas de apoio e obras de papel são os tipos de cargas mais frequentes nos terminais portuários em todo o Rio Grande do Norte.

Porto de Natal entra em alerta

Ainda de acordo com o levantamento, é possível analisar a movimentação portuária de várias instalações no estado. O mais movimentado é o de Areia Branca, com volume de 2.839.436 toneladas de janeiro a setembro deste ano. Terminais privados, como o Aquaviário de Guamaré (1,4 milhão de toneladas), Uso Privado de Macau (597 mil) e da Salina Francisco Menescal (395 mil toneladas) ficaram à frente do Porto de Natal (342.298 toneladas) em volume de cargas.

Neste ano, Natal teve queda de 20,59% na movimentação portuária. Em 2022, foram 431.025 toneladas de cargas que passaram pelo local, ante 342.298 neste ano. De acordo com a assessoria de comunicação da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), a queda foi atribuída à saída da empresa francesa CMA CGM das operações no terminal natalense, no mês de abril deste ano. Na época, a Codern informou que a saída, prevista anteriormente para outubro deste ano, causaria queda equivalente a 13% no faturamento planejado para 2023.

O melhor mês do ano para o terminal da capital potiguar foi o de março, quando 74.843 toneladas de carga passaram pelo local, enquanto o mês de junho – quando 9.536 toneladas de carga passaram pelo Porto de Natal – foi considerado o menos movimentado, de acordo com o levantamento da Antaq.

Cabe ao trigo liderar a quantidade de toneladas que passou pelo terminal neste ano, foram 178 mil, seguido pelos contêineres (139.337). Frutas, como melões, melancias e mamões (12.151) aparecem em terceiro lugar, seguidos por sal (6.046) e cargas de apoio (5.187).

Quanto ao perfil de carga, o terminal natalense apresentou crescimento de 236,2% em cargas gerais. Mas queda de 15,3% em cargas a granel sólido e retração de 32,9% nas cargas em contêineres. Com isso, segundo a Codern, alimentos sensíveis, como frutas, passaram a ser exportados por pallets em navios da Green Sea/Agrícola Famosa. “A operação tem acontecido de maneira exitosa e as frutas estão chegando em excelente qualidade na Europa”, comunicou em nota a Codern sobre as exportações de fruta pelo Porto de Natal.

Fonte: Agora RN

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