Porto de Natal sairá da rota da CMA CGM e perderá R$ 5 milhões por ano
out, 31, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202244
Em um ano, o Grupo CMA CGM, empresa global em soluções marítimas, terrestres, aéreas e logísticas, deixará de operar no Porto de Natal. A empresa já confirmou o desligamento à Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) e, se a estatal não conseguir atrair novos operadores, poderá reduzir as suas operações à metade, perdendo cerca de R$ 5 milhões por ano.
As exportações potiguares poderão migrar para portos do Ceará com a saída do porto natalense da rota da CMA, que vai operar apenas com navios acima de 200 metros, o que impossibilita manobras na foz do rio Potengi por falta dos sistemas adequados de defensas da Ponte Newton Navarro e também sua limitação de altura. A CMA-CGM, empresa francesa de transporte marítimo e conteinerização, é responsável por metade das operações no porto da capital potiguar.
A transportadora não respondeu os questionamentos feitos pela reportagem, mas o diretor da Codern contou que a motivação da empresa deve-se ao arrendamento de uma área no Porto de Mucuripe/CE. Essa área, equivalente a um porto e meio de Natal, foi colocada à disposição para a arrendamento e interessou à transportadora. “Nós oficiamos a empresa questionando se era verdade ou se eles permaneceriam conosco também. A nós, expuseram os motivos dizendo que seus navios de até 200 metros serão desativados e passarão a operar com navios de 260 metros que não entram no Porto de Natal”, explicou.
Essa limitação se deve à altura da Ponte Newton Navarro e à falta de defensas. Devido a isso, apenas barcos com altura inferior a 52 metros e 220 metros de comprimento entram no terminal potiguar. As defensas são estruturas que precisam ser instaladas na base das colunas da ponte, garantindo segurança de modo a suportar o impacto em caso de colisão, sem danos à ponte.
Além disso, ele sugere que a possibilidade de entrar no porto diuturnamente poderia atrair navegação de cabotagem (entre portos sem perder a costa de vista), além do transporte de cargas do Norte ao Sul, cujos navios passam pelo litoral potiguar depois da 17h. Após esse horário, a manobra na foz do rio é mais delicada. As embarcações que entram acabam pernoitando e isso gera uma despesa adicional com diárias no porto.
Por isso, caso outras operadoras não ocupem o lugar da CMA-CGM, o prejuízo para no terminal de Natal é milionário. “Nossa receita vai cair abruptamente em cerca de 50%. Isso equivale a algo em torno de R$ 5 milhões por ano. Deram o mês de outubro de 2023 como data de saída, mas nos preparamos para termos navios deles somente até o final dessa safra. Estamos trabalhando arduamente para que outras alternativas apareçam, em contato com outras operadoras, outro grande armador, para continuar dando vazão à exportação de frutas, com empresas que queiram exportar ou colocar na BR do mar produtos deles”, declarou o diretor-presidente da Codern, Brigadeiro Carlos Eduardo.
Uma vantagem, segundo aponta, é que as frutas que saem da região de Mossoró estão entre o Porto de Mucuripe no Ceará e o de Natal que leva sai na frente pela proximidade com os outros continentes. “Nós aqui temos a menor distância entre o continente americano e a Europa/África. Isso é muito importante porque, quando se fala em tempo, se fala em dinheiro, se fala em validade das frutas. Por aqui, se deixa de perder pelo menos dois dias de validade em prateleira em relação à exportar de Fortaleza ou Recife, por exemplo”, sugere.
Fonte: Tribuna do Norte
Para ler o artigo original completo, acesse: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/porto-de-natal-saira-da-rota-da-cma-cgm-e-perdera-r-5-milha-es-por-ano/550364
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