Porto de Rio Grande investe em dragagem para recuperar calado perdido com enchentes
ago, 26, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202435
Embora não tenha parado os trabalhos durante as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em abril e maio, o Porto de Rio Grande, principal via de exportação da produção agrícola gaúcha, também sofreu os impactos da tragédia climática. A grande quantidade de sedimentos reduziu o calado do complexo, limitando operações. Agora, a Portos RS, empresa pública que administra o sistema hidroviário do Estado, está investido em dragagem, para permitir a volta de navios de maior capacidade.
Em junho, o calado chegou a um mínimo de 11,9 metros. Antes das chuvas, a profundidade era de 14,2 metros. “Todo o sedimento levado pelos rios durante as enchentes veio parar aqui, na saída da Lagoa dos Patos para o mar. Durante o pior período das enchentes, alguns navios não conseguiram entrar no porto devido a esse acúmulo de sedimentos. Eles precisaram descarregar em outros portos antes de vir aqui, para não ter risco de encalhe”, afirma o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
Cerca de R$ 25 milhões foram investidos pela Portos RS, com recursos próprios, em dragagens emergenciais para aumentar o calado após as enchentes, com a retirada de 593 mil metros cúbicos de sedimentos em um trecho de aproximadamente três quilômetros. Atualmente, está em 12,8 metros. No entanto, novos aportes de até R$ 52 milhões serão necessários para deixar a profundidade entre 14,5 metros e 15 metros, informa Klinger.
“A primeira obra foi com recursos próprios da Portos RS, pela urgência e a necessidade de manter a condição de navegação. Mas esse novo investimento está muito acima dos parâmetros e foge da nossa capacidade financeira de execução. Por isso. Estamos negociando esses recursos junto ao governo federal”, explica.
Movimentação
Durante o primeiro semestre de 2024, o Porto de Rio Grande movimentou 18.531.991 toneladas. Mesmo com os problemas devido às chuvas e à redução do calado, o resultado foi apenas 3% menor das 19.097.639 toneladas registradas no mesmo período do ano passado. A movimentação foi liderada pela soja em grão, que aumentou 25,01% de um ano para outro.
Confira a seguir um histórico da movimentação de contêineres no Porto do Rio Grande. Os dados são do DataLiner, ferramenta de inteligência de mercaedo da Datamar:
Exportações e Importações de Contêineres via Porto do Rio Grande | Jan 2022 a Junho 2024 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Dos portos gaúchos, o mais atingido pelas enchentes foi o da capital do Estado, Porto Alegre, que paralisou as atividades durante todo o mês de maio. Ainda assim, no acumulado do primeiro semestre, a queda de movimentação foi de apenas 2% na comparação anual.
Nos primeiros seis meses do ano, Porto Alegre movimentou 368.245 toneladas. Entre janeiro de junho de 2023 foram 375.697 toneladas. No cais público da capital gaúcha, as cargas de fertilizantes somaram 139.021 toneladas, seguidas pelo trigo, com 132.323 toneladas; pela cevada, com 57.742 toneladas; o sebo bovino, com 25.877 toneladas; sal, com 11.605 toneladas; e as cargas gerais, com 1.677 toneladas.
O Porto de Pelotas precisou paralisar as atividades por 15 dias, entre 2 e 17 de maio. Mesmo assim, foi o terminal que teve a maior queda de movimentação no primeiro semestre entre os administrados pela Portos RS. A redução foi de 18%, passando de 638.976 toneladas entre janeiro e junho de 2023 para 523.570 toneladas no mesmo período de 2024. As toras de madeira para a produção de celulose lideraram as operações, com 458.266 toneladas.
Modernização
O Porto de Rio Grande é o principal ponto de saída da produção agrícola do Rio Grande do Sul, bem como para a entrada de insumos para a agropecuária gaúcha. Com uma capacidade de movimentação de 50 milhões de toneladas por ano, alcança hoje um volume de até 45 milhões. No entanto, novos investimentos estão sendo realizados para expandir e agilizar as atividades no local.
Desde 2022, estão sendo realizados aportes de R$ 400 milhões, que serão executados até 2028, com o objetivo de tornar o porto mais econômico e competitivo do ponto de vista logístico, com o aumento da automação, do número de balanças e de outras estruturas essenciais. A estimativa é que o tempo de espera de caminhões carregados com grãos na entrada do cais público, por exemplo, seja reduzido em 15% com as obras.
Entre os investimentos, está a implantação de um sistema automatizado, que monitora os veículos circulando no porto e possibilita gerenciar o fluxo com maior precisão. Também está sendo instalado um sistema de agendamento de cargas e de digitalização de notas fiscais. “O caminhoneiro não precisa mais descer do caminhão, ele vai conseguir dar fluxo e giro em movimentação de uma forma simples e automatizada”, explica Klinger.
Além disso, no ano passado, a Portos RS contratou um sistema desenvolvido pela startup israelense Docktech para monitoramento dos canais, e está sendo implementado o VTS, uma ferramenta de acompanhamento do tráfego de embarcações.
“Essas novas tecnologias nos auxiliam na tomada de decisão, bem como no planejamento e na missão de buscar novas cargas e aumentar a movimentação”, destaca o presidente da Portos RS.
Fonte: Globo Rural
Clique aqui para ler o texto original: https://globorural.globo.com/especiais/caminhos-da-safra/noticia/2024/08/porto-de-rio-grande-investe-em-dragagem-para-recuperar-calado-perdido-com-enchentes.ghtml
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