Porto de Santos aguarda navios de 366 metros
jul, 19, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202129
Apesar do Porto de Santos estar apto a receber navios com até 366 metros de comprimento, depois de um longo período de estudos e expectativas, não há previsão de quando cargueiros de maior porte virão ao complexo portuário santista. O motivos, segundo executivos do setor, são questões de mercado, agravadas pela pandemia de covid-19, e limitações de calado operacional do canal do Porto.
Em fevereiro, a Marinha do Brasil autorizou o acesso de navios entre 350 e 366 metros ao Porto de Santos. A liberação, porém, está condicionada a regras impostas pela Autoridade Marítima, com o objetivo de evitar acidentes. Entre elas, estão a necessidade de dois práticos, profissionais que orientam as manobras, além de rebocadores e condições de tempo e mar favoráveis.
Até fevereiro, o cais santista estava autorizado a receber embarcações de até 340 metros, com capacidade para transportar cerca de 9 mil TEU. Agora, com o aval da Marinha, até 14 mil TEU poderão ser transportados por esses cargueiros de 366 metros de comprimento e 52 metros de boca (largura), da classe New Panamax.
Mas, até agora, segundo executivos de instalações de contêineres, não há previsão de escalas. Para o presidente da Brasil Terminal Portuário (BTP), Ricardo Arten, mesmo com a autorização da Marinha do Brasil, não há viabilidade para que essas embarcações utilizem toda a sua capacidade.
Hoje, apenas navios com até 14,2 metros de calado podem trafegar pelo canal de navegação do cais santista. Isto faz com que os cargueiros de maior porte não tenham sua capacidade totalmente aproveitada já que, carregados, têm calado ainda maior, de 16 metros.
“O cais santista está preparado para receber o navio, mas o canal de navegação não está. Os investimentos na dragagem de aprofundamento e manutenção são essenciais para viabilizar o acesso. Não existe porto sem água. Nesse sentido, a profundidade de um canal de navegação é vital à sobrevivência de uma operação portuária. Perdas de calado, com falta de manutenção por judicialização de licitação pública, por exemplo, podem causar um impacto enorme na rentabilidade do negócio”, destacou o presidente da BTP.
Fonte: A Tribuna
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