Portos inteligentes e economia azul: o futuro sustentável da logística e o desenvolvimento costeiro no Brasil
nov, 12, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202444
Sem dúvidas o oceano é vital para a economia brasileira, afinal temos uma costa litorânea de 8.500 quilômetros e cerca de 80% da nossa população vive a até 200 km do litoral. Nesse contexto, vemos um enorme potencial econômico para setores como navegação, turismo e geração de energia no mar (offshore), além de pesca, aquicultura, esportes marítimos e extração de petróleo e gás. É o que chamamos de Economia Azul ou, em inglês, “blue economy”.
O tema é tão relevante que ganhou uma iniciativa da ONU (Organização das Nações Unidas), a Década dos Oceanos, que se estende de 2021 a 2030. O objetivo é promover a saúde e a sustentabilidade dos oceanos, por meio de ações que incentivem a pesquisa científica e a inovação tecnológica.
Para mim e para o iCities, a tecnologia está entre as prioridades mais imediatas e há muito o que fazer, assim como muita gente boa envolvida neste setor. Em minhas andanças pelo Brasil, fico cada vez mais impressionado com as pessoas e a vontade de fazer acontecer.
No entanto, mesmo com essa garra e tantos avanços, ainda vejo bastante espaço para o crescimento da tecnologia no segmento portuário brasileiro. De acordo com a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), mais de 95% do comércio exterior é transportado pelo mar, o que traz à tona a relevância dos portos para essa economia. Aqui quero destacar o papel dos “Portos Inteligentes”. Eles representam um avanço tecnológico essencial para o futuro da economia do mar. Portos como o de Barcelona têm implementado sistemas de digitalização e automação que não apenas aumentam a eficiência logística, mas também reduzem o impacto ambiental. E esse exemplo pode ser uma inspiração para nosso país.
A automação de processos nos portos, como a movimentação de contêineres, monitoramento de poluição e sistemas de vigilância de emissões, reduz drasticamente a pegada de carbono das operações. Além disso, a coleta de dados em tempo real, por meio de sensores e inteligência artificial, permite uma gestão mais precisa dos recursos marítimos, ajudando a evitar derramamentos de óleo, proteger a biodiversidade marinha e otimizar o uso de combustíveis.
O Porto de Barcelona é um case notável nesse cenário, como comentei. Lá foram introduzidas inovações que incluem o uso de energias renováveis para suas operações e a implementação de sistemas de monitoramento ambiental para reduzir a poluição. Além disso, o porto está investindo em soluções de mobilidade elétrica e autônoma, como caminhões e guindastes elétricos, reduzindo o uso de combustíveis fósseis. No Brasil, Niterói é um dos municípios que tem investido fortemente em infraestrutura para a economia do mar, incluindo o saneamento básico e a dragagem do canal de São Lourenço, que impulsionam a economia local em setores-chave como a pesca e a indústria naval. Por essa razão, a cidade receberá em dezembro a primeira edição do Tomorrow Blue Economy no Brasil, um congresso global para discutir o futuro da economia do mar.
O evento contará com a presença da Diretora de Inovação e Estratégia de Negócios do Porto de Barcelona, Emma Cobos, que trará contribuições sobre sua experiência com a transformação digital, e sobre as tendências que estão moldando os portos do futuro.
Portos Inteligentes com certeza melhoram a logística de uma cidade, trazendo benefícios que chegam até o dia a dia do cidadão, ou seja, não é apenas uma coincidência semântica: portos inteligentes tem tudo a ver com cidades inteligentes que, por sua vez, são criadas por pessoas e empresas inteligentes.
E é justamente por isso que é preciso chamar atenção também do setor privado para somar esforços em prol da proteção dos oceanos e do desenvolvimento sustentável dessa economia. O envolvimento de marcas com a economia azul fomenta práticas de ESG e pode abrir espaço para a inovação, desenvolvendo não só as cidades, mas impactando a vida do cidadão comum.
De portos a esportes, passando por logística, turismo, geração de energia, pesca, dentre outros setores, a economia azul precisa de atenção e se mostra um grande campo de avanço para a tecnologia e para a inovação, fatores promissores para transformar os municípios, otimizando serviços e levando qualidade de vida para o cidadão.
Por Beto Marcelino (sócio-fundador do iCities)
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O DataMarNews é um parceiro de mídia do Tomorrow Blue Economy e os leitores têm desconto para aquisição do ingresso que dá acesso à área business do evento. Basta acessar o site tomorrowblueconomy.com.br e incluir o código DATAMAR@TBEN-30% no campo “Ingresso”.
Tomorrow Blue Economy
Data: 04 e 05 de dezembro de 2024
Hora: Credenciamento a partir das 8h30
Local: Caminho Niemeyer – Niterói
Inscrições e informações: https://tomorrowblueconomy.com.br/
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