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Portos têm filas recordes de navios para exportar soja

mar, 14, 2021 Postado porSylvia Schandert

Semana202111

No último dia 11 de março, uma fila de 277 navios aguardavam para atracar nos portos brasileiros, uma das maiores da história, motivada por uma junção de problemas.  A espera nas filas de navios é de dez dias em média.

Segundo Larry Carvalho, advogado da Rabb Carvalho, especialista em conflitos ligados ao comércio exterior, entre as principais causas para esse gargalo está o atraso na colheita de soja e a pouca disponibilidade de navios graneleiros. O executivo explica que o frio intenso nos Estados Unidos fez o país aumentar suas importações de carvão, o que concentrou muitos navios graneleiros na região em janeiro e fevereiro. A colheita atrasada de soja no Brasil também acentuou a necessidade de embarcações para março.

“Além disso, a covid-19 tem causado atrasos nas operações internacionais por causa de restrições de atracação em alguns lugares e demora na repatriação de tripulantes,. E não podemos esquecer que a China tem impedido a entrada no país de minério de ferro da Austrália em meio a disputas políticas. Tudo isso retirou tonelagem do mercado”, conta.

No Arco Norte, região onde o escritório Rabb Carvalho mais atua, chuvas também impediram qualquer movimentação nos portos, contribuindo para as filas de navios. Nas estradas de acesso a Miritituba (PA), entre as rodovias BR-163 e BR-230, houve filas com mais de 3 mil caminhões no mês passado.

Nesse contexto, o custo do transporte marítimo para a soja subiu. Em dezembro, o frete de Santos para a China, por exemplo, custava US$ 32 a tonelada. Em fevereiro, ele subiu 43,7%, para US$ 46.

“Estamos prevendo disputas sobre demurrage e de qualidade da soja”, diz Carvalho.Em geral, afirma, quando o carregamento chega à China depois de dias na chuva, há perdas de qualidade do grão. Mesmo com as tradings dando desconto, os recebedores chineses abrem claims”, afirma o advogado, que representa diversos players na área de logística, transporte e agronegócio.

Fonte: Valor Econômico

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