Portuários de todo o Brasil planejam greve de 24 horas na próxima semana
maio, 10, 2021 Postado porandrew_lorimerSemana202120
Trabalhadores portuários de todo o País se reunirão na próxima terça-feira, para articular uma paralisação nacional. O plano é cruzar os braços por 24 horas, para pressionar o governo a divulgar um calendário de vacinação para a categoria contra a covid-19. Ontem, um protesto em frente à sede da Autoridade Portuária de Santos (APS) marcou o movimento no cais santista.
Atos semelhantes foram realizados em vários complexos portuários do País, como o do Rio de Janeiro, o de Natal (RN), Salvador (BA) e São Francisco do Sul (SC).
Em Santos, o protesto foi coordenado pela Unidade Portuária, entidade que reúne os sindicatos de trabalhadores do cais santista. Além dos estivadores, participaram operários portuários, vigias, consertadores e funcionários da administração portuária.
Os trabalhadores cruzaram os braços entre 7 e 9 horas. Depois, os escalados voltaram a seus postos e os demais seguiram para o protesto na sede da estatal que administra o complexo. Agora, a previsão é de uma greve de 24 horas na semana que vem, caso a reivindicação não seja atendida pelo Governo até a terça-feira.
A possível paralisação será definida em conjunto com a Federação Nacional dos Portuários (FNP), a Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e a Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias (Fenccovib).
Em janeiro, o Ministério da Saúde incluiu os trabalhadores portuários no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19. Mas, até agora, não foi divulgado o calendário de vacinação.
“A reivindicação é em prol da vacina contra a covid devido ao alto índice de trabalhadores morrendo e sendo infectados”, afirmou o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva), Bruno Santos.
O presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, destacou que é grande a possibilidade de uma paralisação nacional. “Já vamos levar isso como proposta. E precisamos de uma data (de vacinação) próxima e não novembro ou dezembro”, afirmou.
Cirino ainda apontou que os portuários sentiram a falta da articulação de deputados e vereadores no protesto contra a vacina. E destacou a preocupação da iniciativa privada em garantir o imunizante aos portuários.
“A vida dos trabalhadores está em segundo plano. Vamos definir uma data para fazer uma paralisação, conforme manda a legislação, com edital nos jornais, avisando aos usuários do Porto”, destacou Cirino.
Usuários
A paralisação dos trabalhadores vai afetar diretamente as operações em cais público. E o principal temor é com relação à atracação de navios. A informação é do diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque.
“As operações de commodities é que serão mais prejudicadas. Entendemos o pleito dos portuários sobre a exigência da vacinação, devido à exposição a que estão submetidos, e isso se estende também ao agenciamento marítimo, já que o nosso pessoal, desde a chegada do navio, a permanência atracado e na sua saída, sempre encontram-se a bordo conversando com o comandante sobre a parte operacional e dando instruções que os armadores transmitem. E sua grande maioria é de profissionais entre 25 à 40 anos”, afirmou Roque.
Procurada, a Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop) destacou que tem solicitado ao Governo Federal prioridade na vacinação dos portuários. Segundo a entidade, foram encaminhados vários ofícios e feitas reuniões sobre o tema.
Procurado, o Ministério da Infraestrutura informou que “discute com o Ministério da Saúde, a quem cabe essa decisão, a inclusão da categoria entre os grupos prioritários da vacinação contra Covid-19. Ao mesmo tempo, trabalha em parceria com o Legislativo para os portuários serem incluídos no projeto de lei recentemente votado na Câmara dos Deputados, que em breve entra na pauta do Senado Federal”.
Fonte: A Tribuna
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