Preços do milho sobem após nova suspensão das tarifas do Mexico

Os desdobramentos mais recentes da disputa comercial iniciada pelo governo de Donald Trump deixaram sua marca no mercado de grãos na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (6). As commodities agrícolas registraram ganhos generalizados durante a sessão, com destaque para o milho. Os contratos do grão para maio subiram 1,81%, alcançando US$ 5,54 por bushel.

Em mais um capítulo da disputa comercial, o governo dos Estados Unidos suspendeu até 2 de abril a imposição de tarifas de 25% sobre as importações do México. As tarifas, implementadas pela administração Trump, haviam entrado em vigor na terça-feira (4).

A decisão impulsionou os preços do milho em Chicago, já que o México é o maior comprador do grão norte-americano. Além disso, a demanda pelo milho dos EUA continua forte, enquanto o Brasil, outro grande exportador, ainda está na entressafra.

“O mercado acredita que, sem as tarifas em vigor, os EUA continuarão embarcando milho. Com uma menor disponibilidade, os preços tendem a subir”, disse Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica.

Segundo a consultoria Royal Rural, com o México voltando a buscar milho nos Estados Unidos após a suspensão das tarifas, o país deve reduzir as importações do grão brasileiro. A consultoria também prevê pressão sobre o governo Trump por parte dos produtores norte-americanos, que buscam uma solução que não prejudique o comércio interno de grãos.

O gráfico a seguir mostra o volume de exportação de milho do Brasil entre janeiro de 2021 e janeiro de 2025, de acordo com informações derivadas do DataLiner.

Exportações de milho | Brasil | Jan 2021 – Jan 2025 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

“Agricultores de Illinois e Iowa, principais polos de produção de soja e milho nos EUA, têm aumentado a pressão sobre Trump para resolver as disputas comerciais com México, Canadá e China. O setor teme prejuízos prolongados caso as tensões tarifárias persistam”, destacou a consultoria.

As especulações em torno das políticas tarifárias de Trump também enfraqueceram o dólar no mercado global, o que deu suporte às cotações dos grãos. Além do milho, os contratos para maio da soja avançaram 1,53%, para US$ 10,2725 por bushel, enquanto o trigo para o mesmo período subiu 1,05%, para US$ 5,54 por bushel.

“Os preços poderiam ter subido ainda mais, não fosse a incerteza em torno da disputa comercial. Ainda há espaço para os fundos se recuperarem das quedas da semana passada”, disse Pacheco, da T&F.

Segundo o analista, a postergação da implementação das tarifas sobre o México tem pouco impacto sobre os preços da soja em Chicago, e a expectativa continua sendo de queda à medida que a colheita brasileira avança.

Fonte: Valor International

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