Principal cliente do Brasil, China ‘encolhe’ na balança de 2022
jan, 16, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202303
Após alcançar fatia superior a 30% em 2020 e 2021, a participação da China na balança comercial brasileira caiu para 26,8% no ano passado, sob influência principal da queda de valor embarcado de minério de ferro. A fatia é menor também que a de 2019, quando o país asiático absorveu 28,7% das exportações brasileiras.
Ainda assim, a China se mantém como o principal destino das exportações brasileiras, seguida de Estados Unidos, com 11,2%, e Argentina, com 4,6%. A expectativa dos especialistas é que a China recupere fatia no embarque brasileiro em 2023, mas de forma parcial, dentro de um cenário geral esperado de desaceleração da economia global.
Veja abaixo as principais exportações do Brasil para a China nos primeiros onze meses de 2022. Os dados são do serviço de inteligência de negócios DataLiner.
Principais exportações para a China | janeiro 2022 – novembro 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Na comparação com 2021, a fatia dos EUA na exportação brasileira manteve-se estável, com alta de apenas 0,1 ponto percentual. A Argentina, que deve ser o primeiro destino em viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste mandado, avançou 0,4 ponto percentual, mas ainda longe dos 7,5% que chegou a deter há uma década.
Com a queda nos embarques à China, o superávit comercial com o país asiático foi de US$ 28,97 bilhões em 2022, equivalente a quase metade do saldo de US$ 61,76 da balança brasileira. Apesar de robusto, o superávit do comércio sino-brasileiro foi menor que os US$ 40,26 bilhões em 2021, equivalente a dois terços do saldo total brasileiro de US$ 61,41 bilhões.
Os 4,5 pontos de diferença da fatia chinesa nos embarques brasileiros na passagem de 2021 para o ano passado ficaram diluídos entre vários parceiros comerciais. Além de nações da Ásia, como Índia e Cingapura, também aumentaram seu quinhão a União Europeia e países da América Latina, como Chile, México e Colômbia.
Em 2023 o desempenho da economia chinesa será variável importante para a evolução da exportação brasileira, diz o economista Livio Ribeiro, sócio da BRCG e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Para ele, é possível que a China recupere parte da fatia na exportação brasileira em 2023, mas não integralmente.
Apesar de expectativas gerais em relação à economia chinesa em razão da recente medida de fim da política de covid zero, Ribeiro ainda vê Pequim com dificuldades para avançar na retomada da economia doméstica. Para ele, o crescimento da exportação à China deve ser mais impulsionado por minério de ferro e pelo milho, item relativamente novo e em ascensão nos embarques rumo ao país asiático. Mas proteínas, como carnes em geral e soja, itens mais ligados ao consumo das famílias, não devem avançar tanto, aponta.
Considerando o esperado cenário global de desaceleração, José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), projeta para 2023 exportações de US$ 325,2 bilhões, o que significaria queda de 2,9% em relação a 2022.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a reportagem original completa, acesse: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/01/16/principal-cliente-do-brasil-china-encolhe-na-balanca-de-2022.ghtml
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