Privatização do porto descartada, mas concessão do terminal STS10 de Santos estará disponível
out, 25, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202442
O Ministério de Portos e Aeroportos do Brasil decidiu expandir a capacidade de manuseio de contêineres do principal gateway do país – o porto de Santos – em 50%, em uma parceria público-privada.
O projeto do terminal STS10 está em planejamento desde 2019 e, durante a presidência de Bolsonaro, foi apresentado como parte dos planos para uma privatização total de Santos, incluindo sua autoridade portuária.
Embora o retorno do esquerdista Lula da Silva ao poder tenha colocado a privatização do porto fora de questão, agora decidiu oferecer a construção e operação do projeto STS10 a investidores privados.
O STS10 contará com quatro novos berços a serem construídos na área de Saboo em Santos, proporcionando ao porto uma capacidade anual de manuseio de 3 milhões de TEUs.
De acordo com o banco de dados eeSea, a capacidade atual de manuseio de Santos em seus quatro principais terminais de contêineres é de 6,4 milhões de TEUs; no ano passado, eles manusearam um total combinado de 4,8 milhões de TEUs, representando uma taxa de utilização de 77%.
Diante de um possível cenário de fusões e aquisições no setor de navegação e portos do Brasil recentemente, será interessante ver quais operadores potenciais se alistarão para concorrer ao STS10.
O porto já abriga a DP World, que opera a instalação Embraport como locatária, enquanto a APM Terminals e a MSC, através de seu braço Terminal Investment, são parceiras em uma joint venture de 50:50 no Brasil Terminal Portuário. A MSC também apresentou uma proposta para adquirir a operadora de rebocadores e logística brasileira Wilson Sons.
Enquanto isso, a transportadora francesa CMA CGM fez uma oferta de aquisição pelo maior operador do porto, o terminal Tecon Santos, da Santos Brasil.
A transportadora francesa concordou em pagar ao maior acionista da Santos Brasil, Opportunity, R$ 15,30 por ação (US$ 2,77) por sua participação de 47,55% na empresa, que está listada na bolsa de valores brasileira, avaliando a empresa em um total de US$ 2,39 bilhões e a oferta da CMA CGM em US$ 1,13 bilhão.
A CMA CGM afirmou que, caso a oferta seja aprovada pelo CADE, e pela ANTAQ, lançará uma oferta de aquisição para a compra de até 100% das ações restantes, nas mesmas condições acordadas com a Opportunity, conforme explicou uma nota de investidor da Santos Brasil.
A presença atual da CMA CGM, APMT, MSC e DP World pareceria impedir que elas concorram pelo projeto STS10 devido a possíveis preocupações com a concorrência, abrindo caminho para que um dos operadores globais menores ganhe espaço no maior mercado da América Latina.
Por Gavin van Marle
Fonte: The Loadstar
Clique aqui para ler o texto original: https://theloadstar.com/port-privatisation-off-but-santos-sts10-terminal-concession-will-be-up-for-grabs/
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