Produtores de café buscam adiar exigência de desmatamento da UE

O principal órgão representante do setor de café no mundo está prestes a solicitar que a União Europeia adie uma exigência que determina que os grãos importados venham de áreas não relacionadas ao desmatamento, afirmou o líder do grupo em 18 de setembro.

A regra, que entrará em vigor no final do ano, proibirá a venda de café – assim como de cacau, soja, óleo de palma, madeira, borracha e gado – se as empresas não puderem provar que o produto vem de uma área onde florestas não foram desmatadas nos últimos anos.

“Não podemos cumprir esse prazo, isso não é possível,” disse Vanusia Nogueira, diretora da Organização Internacional do Café (OIC), em uma entrevista.

A OIC, um grupo intergovernamental vinculado à ONU, representa mais de 90% da produção de café e mais de 60% do consumo mundial. Principais produtores de café, como Brasil, Vietnã e Colômbia, são países membros.

“É um prazo muito ambicioso,” disse Nogueira. “Acreditamos que, trabalhando com os líderes da UE, eles possam estar mais abertos a adiar essa data.”

Ela não especificou por quanto tempo a OIC está buscando adiar o prazo.

Ao ser questionada sobre as potenciais repercussões caso os produtores de café não cumpram o prazo, Nogueira disse que a UE “encontrará alguma solução.” “Os europeus gostam muito de café… eles não ficarão sem café,” acrescentou.

Nogueira falou em uma cúpula de café organizada pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Tegucigalpa.

Os quase trinta países membros da CELAC devem encerrar a cúpula com uma declaração solicitando à UE que adie a data da exigência de desmatamento, disse o vice-ministro do Café da Honduras, Carlos Murillo.

Reportagem de Gustavo Palencia; Redação de Kylie Madry; Edição de Shri Navaratnam

Fonte: Reuters

Clique aqui para ler o texto original: https://www.reuters.com/markets/commodities/coffee-growers-look-postpone-eu-deforestation-requirement-2024-09-19/

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