Quanto o Irã representa às exportações brasileiras?
jan, 10, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202003
De acordo com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, os possíveis impactos da crise entre o Irã e Estados Unidos nas exportações brasileiras devem ser acompanhados com cautela. “Está muito cedo ainda, é um momento tenso para o mundo todo, mas isso ainda não nos afetou”, afirmou.
Um estudo realizado pela Datamar, com base nos dados do MDIC, apontou que o Irã é o 12º país na lista dos maiores parceiros comerciais do Brasil, com 8.6 bilhões de toneladas de produtos exportados ao país via modal marítimo. O ranking de parceiros brasileiros é liderado pela China, seguida pelos Estados Unidos, Japão, Holanda, Malásia, Coreia do Sul, Espanha, Rússia, Argentina, Canadá e Omã.
Fonte: Datamar
O Brasil é o maior exportador de milho para o Irã. Segundo o Ministério da Agricultura, as vendas somam cerca de US$ 1 bilhão, correspondente à metade da balança comercial entre os dois países.
Além do milho, que representa 61% do total de produtos comercializados pelo Brasil ao Irã em volume, outros produtos exportados são a soja (25%), açúcar (7%) e fertilizantes (6%).
O estudo realizado pela Datamar apontou, também, que o Irã representou 1,4% das negociações comerciais feitas pelo Brasil em 2019. Além disso, as exportações brasileiras representam 94% do volume negociado entre os dois países.
Outro dado importante, levantado pela Datamar, mostra que o volume comercializado entre o Brasil e o Irã nos últimos cinco anos cresceu 51%.
Fonte: Datamar
Tereza Cristina reconhece que há uma apreensão, em virtude do cenário internacional, entre os agricultores brasileiros, mas que “por enquanto nós não temos ainda nenhum motivo para dizer que houve algum tipo de retaliação”, ponderou. “Os países árabes, não só o Irã, precisam de segurança alimentar e o Brasil é um dos países que podem dar essa segurança”, destacou. “O Brasil é um grande celeiro, a gente espera que isso se acomode o mais rápido possível e que a agricultura brasileira possa continuar a produzir e a contribuir para o abastecimento interno e mundial”, disse.
Tereza Cristina lembrou ainda que o Irã é sim grande importador de milho e de soja, mas o Brasil continua a abrir outros mercados. “Nós não podemos colocar todos nossos ovos numa só cesta”, comparou. “Esperamos poder continuar exportando para o Irã, para Arábia Saudita, para os Emirados Árabes, para o Kuwait, e para novos mercados na Ásia, além da China, com grande população e altas taxas de crescimento”, enumerou. “São países que têm um potencial de importação porque precisam de alimentos. O que o Ministério da Agricultura faz é esse equilíbrio: abrir novos mercados, não colocando todos os ovos numa cesta só”, enfatizou.
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