Reativação de ferrovia entre Barra Mansa e Angra pode impulsionar exportação do agronegócio do Sul de Minas
set, 02, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202135
A reativação do trecho entre Barra Mansa (RJ) e Angra dos Reis (RJ), de 105 quilômetros, da ferrovia operada pela empresa concessionária VLI pode beneficiar diretamente a exportação do polo de agronegócio do Sul de Minas, um dos maiores do país, responsável pela exportação de 30% do café brasileiro, além de soja, milho e outras commodities.
Atualmente o Porto Seco Sul de Minas, em Varginha (MG), movimenta cerca de 200 mil contêineres (ou equivalentes) por ano em cargas de importação e exportação por transporte rodoviário a um custo unitário médio de R$ 3,4 mil. Com a ferrovia até Angra, o valor do transporte seria inferior a RS 2 mil por contêiner ou equivalente de carga, o que geraria uma economia significativa para os produtores do Sul de Minas. Além da redução do custo logístico, a reativação do trecho ferroviário entre Barra Mansa e Angra contribuiria para a redução das emissões de CO2 e a mobilidade, além de ajudar a desafogar outros portos do Sudeste, como o de Santos. A estimativa é que sejam eliminadas cerca de 50 mil viagens de caminhão por ano.
O número de contêineres que passa anualmente por Varginha também poderia dobrar com a reativação da linha, melhorando a logística de importação de outras cargas para o Triângulo Mineiro e Goiás, como adubos, fertilizantes, equipamentos e máquinas agrícolas, via Porto de Angra. O TPAR tem condições de movimentar cerca de 40 mil contêineres por ano em um primeiro momento, mas a capacidade poderia alcançar 100 mil.
A chegada da ferrovia a Angra também beneficiaria o Cluster Automotivo Sul Fluminense, que reúne seis montadoras e mais de 100 empresas fornecedoras da produção automotiva.
A VLI, concessionária da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), já se comprometeu a restabelecer o trecho ferroviário entre Varginha e Barra Mansa, mas sem a reativação do trajeto até Angra a carga que chega ao município do Vale do Paraíba precisará ser transportada pela Via Dutra ou trocada para vagões de outras ferrovias, aumentando o custo logístico.
Fonte: Suíno Cultura Industrial
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