Relatório revisa para baixo exportações agrícolas argentinas em 2024
abr, 23, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202417
As exportações argentinas de soja, milho, trigo, girassol e cevada em 2024 foram projetadas para alcançar apenas US$ 29,3 bilhões, o que representaria uma recuperação de US$ 5,7 bilhões em relação a 2023, mas uma queda de US$ 1,7 bilhão em comparação com a média dos últimos cinco anos, anunciou a Bolsa de Cereais de Rosário (BCR) em seu último relatório da Guía Estratégica para o Agro (GEA). Os novos números representam uma revisão para baixo de 18% em relação aos cálculos de dezembro.
Após a histórica seca sofrida durante a temporada anterior, o retorno das chuvas no final do ano passado “possibilitou prever uma forte recuperação na produção de grãos para o ciclo 2023/24”. No entanto, o impacto do pulgão na cultura do milho, especialmente no milho tardio, corta a estimativa de produção de grãos amarelos “em 11% do que o esperado há um mês”, afirmou o documento.
“Enquanto um mês atrás a produção total de grãos era esperada para alcançar 137,6 Mt para o novo ciclo e ser a segunda maior campanha de produção, com esse corte na estimativa de milho, o volume total cai para 131,1 Mt, permanecendo assim abaixo até mesmo de outras figuras anteriores”, continuou.
Além da menor produção, a queda nos preços internacionais contribui para o declínio. “De fato, considerando os cinco principais complexos agrícolas, a projeção de exportação para 2024 é de US$ 30 bilhões e fica em US$ 29,3 bilhões”, mostrou o estudo. Embora uma recuperação seja notada, “o valor das exportações desses produtos seria US$ 1,7 bilhão abaixo da média dos últimos cinco anos”.
“É necessário considerar que na estimativa de envios estrangeiros para o ano calendário de 2024, duas campanhas para cada cultura têm impacto. No caso das culturas de inverno, isso impacta a produção de 2023/2024 e 2024/2025”, ressaltou a Bolsa de Rosário.
Em relação a outros produtos agrícolas, “a estimativa para a temporada 2023/24 alcança US$ 30,7 bilhões, uma queda de US$ 800 milhões em relação à estimativa anterior”. Embora esse valor signifique uma recuperação de US$ 5,7 bilhões entre as temporadas, ainda estaria abaixo dos valores nos ciclos 2020/21 e 2021/22, dadas a queda nos preços internacionais e os efeitos negativos do “pulgão” nas colheitas de milho.
O relatório mensal de abril GEA de Tomas Rodríguez Zurro e Emilce Terré constatou que o impacto do pulgão na cultura do milho, especialmente nas colheitas tardias, reduziu as expectativas de produção de grãos amarelos em 11%, colocando-as em 50,5 milhões de toneladas. Esta diminuição, juntamente com outros fatores, levou a uma revisão para baixo na estimativa de produção total de grãos para o ciclo 2023/24.
“Embora se espere uma recuperação gradual, a incerteza persiste no horizonte em meio a um contexto econômico global variável”, explicaram também os autores do documento.
Altas temperaturas, chuvas abundantes e o escalonamento das datas de semeadura resultaram na rápida reprodução e migração da praga conhecida como pulgão, que causa o enfezamento do milho. O pulgão é endêmico na parte norte da Argentina e em 2024 foi detectado mais cedo do que nos anos anteriores.
Fonte: MercoPress
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