Resultado consolidado das Companhias Docas do país apresenta melhoria financeira de 17 vezes, segundo Ministério da Infraestrutura
jan, 20, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202004
Um levantamento do Ministério da Infraestrutura detectou que três das sete companhias docas federais reverteram prejuízo financeiro em 2019 e passaram a operar com lucro: a SPA (Santos Port Authority), antiga Codesp, que administra o Porto de Santos (SP), a Codeba (Companhia Docas da Bahia), que administra os portos de Salvador (BA), Ilhéus (BA) e Aratu (BA), e a CDP (Companhia Docas do Pará), que administra os portos de Santarém (PA), Miramar (PA), Itaituba (PA), Vila do Conde (PA), Belém (PA), Outeiros (PA) e Óbidos (PA). Segundo o estudo, o resultado consolidado das docas federais também apresentou melhoria de 17 vezes: passou de saldo negativo de R$1 bilhão para prejuízo de R$ 58 milhões, o que revela a evolução dos balanços das companhias, de forma geral, entre 2018 e o ano passado.
Em números absolutos, a CDP passou de prejuízo de R$ 33 milhões, em 2018, para lucro de R$ 35 milhões, no ano passado. Já a Codeba reverteu seu prejuízo de R$ 11,4 milhões para lucro de R$ R$ 9,7 milhões entre os dois anos. Por último, a SPA saiu de prejuízo da ordem de R$ 468 milhões, em 2018, para lucro de R$ 150 milhões, em 2019.
De acordo com o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni,“Isso é resultado de melhoria de gestão, redução das despesas com folha de pagamento, otimização dos contratos, aumento de receita e atualização das tabelas tarifárias. Algumas docas que tinham prejuízos há anos conseguiram reverter seus balanços. Além disso, mesmo as que não passaram a operar com lucro, conseguiram evolução em seus resultados financeiros”, destaca.
O levantamento apontou também um crescimento de 1% na movimentação dos portos brasileiros entre 2018 e 2019. Os dados foram consolidados a partir de números da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e das autoridades portuárias e levam em consideração valores até outubro de 2019 e projeções para os meses de novembro e dezembro do mesmo ano.
O balanço também detectou que 19 terminais tiveram crescimento no volume de cargas movimentadas. Santarém (PA) ficou em primeiro lugar e teve crescimento de 30,7%, em 2019. Em seguida, aparece o Porto de Itajaí (SC), com aumento de 23,2% em relação a 2018. Já o Porto de Vila do Conde (PA) ficou na terceira colocação, com aumento de 19,3% no volume de cargas escoadas.
Os graneis sólidos puxaram o crescimento na movimentação no Porto de Santarém e representaram quase a totalidade das mais de 12 milhões de toneladas transportadas em 2019. O mesmo ocorreu com o Porto de Vila do Conde, onde os graneis sólidos representaram 73% do total movimentado no ano passado. Ambos são administrados pela CDP (Companhia Docas do Pará). Entre os produtos mais transportados em Itajaí estiveram madeira, derivados e frango na exportação, e plásticos, borrachas e produtos químicos na importação.
De acordo com Piloni, os resultados só não foram ainda melhores devido ao rompimento da barragem da VALE, em Brumadinho (MG), em janeiro do ano passado, o que impactou as exportações de minério de ferro em todo o país. “Além disso, o surto de peste suína na China, principal consumidor da soja brasileira, impactou o volume de grãos exportados ao país asiático”, avalia. Mesmo assim, entre os 19 portos que registraram saldo positivo, houve crescimento de 6,1% na movimentação, que passou de 296 milhões de toneladas escoadas, em 2018, para 313 milhões de toneladas movimentadas em 2019.
Projeções do setor – Para 2020, além do processo de desestatização da Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo), da SPA, e da administradora do Porto de São Sebastião (SP), o governo prevê a realização de 15 leilões ¬– nove terminais portuários já foram qualificados pelo PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). A previsão é que, até 2022, sejam realizados 28 leilões, com investimentos da ordem de R$ 3,8 bilhões.
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