Retomada da economia chinesa favorece exportações
maio, 02, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202320
A produção mineral brasileira em 2023 deve apresentar um desempenho equivalente à verificada em 2022, quando o país produziu 1,05 bilhão de toneladas de minérios, quantidade 12% menor do que a efetuada em 2021. O faturamento e as receitas obtidas com as exportações em 2023, porém, devem superar o desempenho do ano passado, quando a mineração brasileira faturou R$ 250 bilhões e obteve receitas de US$ 41,67 bilhões com as vendas internacionais, um total 27,9% inferior ao obtido em 2021.
A estimativa é de Júlio Nery Ferreira, diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). “Os valores de negociação do minério de ferro estão mais elevados e vão contribuir para um desempenho melhor de nossa balança comercial neste ano”, afirma.
O minério de ferro responde por aproximadamente 67% das exportações minerais brasileiras e dita o desempenho da balança comercial do setor. O preço médio da commodity em 2023, na casa de US$ 120 a tonelada, tem permitido uma recuperação das receitas internacionais. No primeiro trimestre do ano, o país exportou 75,2 milhões de toneladas de minério de minério de ferro, total 15,1% inferior ao trimestre anterior, o último de 2022. O faturamento de US$ 6,2 bilhões, no entanto, foi 4,5% superior.
A queda nos embarques no primeiro trimestre de 2023 está diretamente relacionada a uma menor produção. “Devido ao excesso de chuvas”, explica Nery. Os preços internacionais, porém, dependem da demanda chinesa, país que responde por mais de 50% da produção mundial de aço e destino de 62% do ferro brasileiro.
Veja abaixo as exportações de minério de ferro (hs 2601) do Brasil para a China entre janeiro de 2019 e março de 2023, de acordo com o serviço de dados DataLiner.
Exportações de minério de ferro para a China | janeiro 2019 – março 2023 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 3%, seu pior desempenho em 50 anos, puxando para baixo as compras de minérios. No primeiro trimestre de 2023, a economia chinesa superou as expectativas e cresceu 4,5%, promovendo a recuperação dos preços internacionais do minério.
Os sinais gerados pela economia chinesa não permitem, por ora, certezas em relação ao comportamento da demanda por minério de ferro ao longo do ano. “As projeções são de que a produção de aço chinesa recue em 2,5%”, diz Nery.
A possível queda na produção chinesa de aço está diretamente relacionada à necessidade de o país reduzir a poluição atmosférica. O parque siderúrgico da China mescla indústrias modernas e antigas, com processos altamente poluentes, fábricas que estão sendo gradativamente desativadas.
Por outro lado, a retomada da economia chinesa gera expectativa de ganho de poder de compra de sua gigantesca população, de 1,4 bilhão de habitantes, e, portanto, mais demanda por bens duráveis, imóveis e infraestrutura. “A China voltou a crescer e o ritmo atual já é o suficiente para manter o minério de ferro valorizado”, diz Ricardo Marques, sócio líder de mineração da KPMG.
O faturamento do conjunto do setor mineral brasileiro no primeiro trimestre de 2023 foi de R$ 54,6 bilhões, o que significou uma queda de 3% em relação ao mesmo período de 2022. As exportações somaram US$ 9,2 bilhões, total 2,9% inferior ao obtido no primeiro trimestre do ano passado. Os embarques físicos totalizaram 7,5 milhões de toneladas, um aumento de 4,2% quando comparado ao primeiro trimestre de 2022.
O ouro, segundo item da pauta de exportações minerais do país, com cerca de 10% das receitas internacionais, apresentou um desempenho fraco no primeiro trimestre do ano, com embarque de 19,6 toneladas e receita de US$ 941 milhões, uma queda de 8,4% em volume e 18,3% em receita na comparação com o mesmo período de 2022. “Houve um problema específico na produção de uma única mineradora e a situação deve se normalizar na sequência do ano”, diz Nery.
A AngloGold Ashanti suspendeu o processamento de ouro na planta Queiroz, em Nova Lima, Minas Gerais, para reforçar sua barragem de rejeitos. Queiroz faz parte do complexo de mineração Cuiabá, que em 2022 produziu 241 mil onças de ouro. No total, a companhia produziu no país 399 mil onças em 2022, o equivalente a 12,5 toneladas de ouro.
Cobre e nióbio foram respectivamente a terceira e quarta substâncias minerais mais exportadas no primeiro trimestre do ano. Os embarques de cobre renderam US$ 724,4 milhões, expansão de 14,2% em relação ao primeiro trimestre de 2022, enquanto as exportações de nióbio somaram US$ 609,9 milhões, crescimento de 7,7% na comparação do mesmo período do ano passado.
As importações no primeiro trimestre totalizaram 9,35 milhões de toneladas e geraram uma despesa de US$ 2,9 bilhões, uma queda de 3,2% em volume e 10,1% em valores. O potássio foi responsável pela maior parcela das importações minerais, 42%, seguido pelo carvão 37%. O saldo da balança comercial do minério foi de US$ 6,32 bilhões no trimestre, 1% acima do trimestre inicial de 2022.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original, acesse: https://valor.globo.com/publicacoes/suplementos/noticia/2023/04/28/retomada-da-economia-chinesa-favorece-exportacoes.ghtml
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