Risco de naufrágio de navio histórico no Porto de Santos é afastado
jul, 15, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202029
A operação emergencial de retirada de água de dentro do casco do navio oceanográfico Prof. W. Besnard, atracado no Porto de Santos, e que corria o risco de afundar, foi concluída no último dia 14 de junho pela Autoridade Portuária. A embarcação histórica poderia afundar e, com o término do trabalho, o risco de naufrágio fica afastado neste momento.
A operação de retirada da água da casa de máquinas do navio começou no início da semana passada, após, em uma vistoria conjunta realizada pela Autoridade Portuária e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), ter sido observada a situação de adernamento. A Autoridade Portuária determinou ao Instituto do Mar (Imar), entidade proprietária da embarcação, a tomada de providências urgentes. Como o Imar alegou não possuir recursos financeiros para a adoção das medidas necessárias, a Autoridade Portuária mobilizou seus recursos de atendimento a emergências.
Foram retirados aproximadamente 130 mil litros de água acumulados devido ao estado de abandono da embarcação. O serviço foi feito visando salvaguardar o meio ambiente estuarino e a segurança à navegação do Porto de Santos, que seriam afetados caso o Prof. W. Besnard viesse a afundar. Além disso, haveria a perda do navio histórico, que foi um dos recursos utilizados pelo Brasil em operações na Antártica.
O serviço, que contou com o apoio do Ibama e da Marinha do Brasil, será complementado nos próximos dias, quando serão efetuadas tentativas de remoção da camada fina de óleo que sobrou no interior da casa de máquinas.
Os recursos dispendidos para a operação, bem como a retirada da embarcação do cais, serão cobrados do Instituto do Mar. A entidade também deverá se responsabilizar pela adequada destinação de todos os resíduos gerados.
Construção do navio
No ano de 1959, foi lançado o projeto do navio Prof. W. Besnard, o primeiro do curso de Construção Naval da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), feito a pedido do Instituto Oceanográfico da USP e idealizado pelo professor Wladimir Besnard, pesquisador, primeiro diretor do Instituto e homenageado com o nome da embarcação. Fabricado no estaleiro A/S Mjellem Karlsen, em Bergen, Noruega, o navio chegou ao Brasil em 1967, anos depois da morte de seu idealizador. Durante os primeiros 23 anos o navio navegou sem interrupções, totalizando centenas de viagens científicas.
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