RN: 79% das exportações marítimas foram escoadas por outros estados
jan, 20, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202303
O transporte de mercadorias pelo mar representou 91% das exportações do RN em 2022, com uma movimentação de U$$ 676,6 milhões, de acordo o boletim “Comércio Exterior do RN”, do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado (CIN/Fiern). Desse total, no entanto, US$ 536,9 milhões, ou seja, 79,3% de todas as exportações marítimas do RN foram escoadas por outros portos do País, especialmente, de Pernambuco e do Ceará. Coube ao terminal de Natal a movimentação de apenas US$ 93,8 milhões de todas as exportações pelo mar, quantitativo 9,6% menor do que o de 2017, quando foram escoados, em valores, US$ 103,8 milhões pelo porto da capital.
Limitações como a ausência de defensas na Ponte Newton Navarro e a profundidade do calado do terminal marítimo são fatores que prejudicam as operações. A altura da Ponte também é apontada como motivo de impedimento dos embarques. Sem muitas opções no Estado, os portos de Suape (PE), em Pernambuco, e de Pecém e Mucuripe, no Ceará, têm sido as saídas para que as exportadoras enviem seus produtos ao exterior
Por intermédio de Suape, segundo o levantamento do CIN/Fiern, saíram o equivalente a US$ 351 milhões das exportações marítimas do RN em 2022. Pelo Ceará, foram exportados R$ 142,8 milhões. Ainda foram utilizados os portos de Santos (US$ 19,8 milhões) e Salvador (US$ 15,9 milhões).
De acordo com o responsável técnico do CIN/Fiern, Luiz Henrique Guedes, Natal divide o embarque de frutas (principal item da exportação potiguar) para o exterior com Mucuripe, em Fortaleza. “Cargas para os Estados Unidos e outros destinos saem por Pecém e Suape”, detalha Guedes. O Porto de Suape, que liderou a saída das exportações do RN em 2022, foi utilizado para o embarque de fue oil (diesel marinho), que representou, em valores, US$ 330,1 milhões.
A retração das movimentações no Porto de Natal não é necessariamente uma novidade, segundo o diretor institucional da Associação Brasileira dos Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos. “O Porto é pequeno para receber duas companhias de navegação [atualmente a CGM é a única empresa em atuação e anunciou que irá deixar as operações no Estado este ano]. Não há espaço para a retroárea, para depósito dos contêineres vazios, não tem tomada suficiente, nem local para as carretas ficarem quando chegam”, descreve Barcelos.
Veja abaixo um gráfico comparativo das exportações e importações conteinerizadas do Porto de Natal entre janeiro de 2019 e novembro de 2022, segundo o serviço de inteligência de negócios DataLiner.
Carga Conteinerizada – Porto de Natal | jan 2019 – nov 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Problemas estruturais
A falta de defensas na Ponte Nova, por exemplo, reduz o horário de operações no equipamento. O diretor-presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida, diz que, sem a instalação os itens de segurança, não há como permitir as movimentações no porto à noite, como acontece em outros terminais pelo Brasil.
Além disso, Fábio Queiroga, do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex), aponta que o calado é um grande problema. “O calado de altura da Ponte [Newton Navarro] não permite que navios de grande porte passem por ela. Hoje, somente a CMA tem navios pequenos e conseguem trafegar em direção ao Porto.”
Segundo o presidente da Codern, um estudo de batimetria está em planejamento. A ideia é que um grande sonar verifique, dentro do rio, a existência de bancos de areia que justifiquem uma dragagem. O calado atual do Porto possui 12 metros de altura. Apenas navios de até 200 metros conseguem operar no local.
Fonte: Tribuna do Norte
Para ler a reportagem original, acesse: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/79-das-exportaa-a-es-mara-timas-foram-escoadas-por-outros-estados/556130
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