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Safra de milho e seca brasileira devem beneficiar exportadores dos EUA

maio, 12, 2021 Postado porandrew_lorimer

Semana202120

Os analistas de mercado preveem que as agências americanas e brasileiras na quarta-feira vão cortar a previsão da safra de milho do Brasil devido ao clima implacável de seca em algumas áreas importantes, embora os cortes esperados possam não ser grandes o suficiente, já que maio tem previsão de pouca umidade.

Uma performance abaixo do esperado da safrinha, a safra que o Brasil mais exporta, pode empurrar ainda mais negócios para os Estados Unidos em um momento em que compras recordes da China estão ancorando o programa de exportação dos EUA, uma tendência que deve continuar no próximo ano.

Esperava-se que o aumento das plantações da safrinha, em meio a preços favoráveis, compensasse em parte o baixo rendimento gerado pelo atraso no plantio, mas o clima não está cooperando. O início tardio da safrinha significa que ter chuvas abundantes neste mês seria imprescindível, mas as chances disso ocorrer não parecem boas.

Muito seco por muito tempo

No segundo maior produtor Paraná, apenas 25% da safrinha está em boas condições nesta semana, ante 28% na semana anterior e 76% no mês anterior. Isso logo após o abril mais seco dos últimos 20 anos, que veio em um momento muito ruim, já que cerca de metade do milho passou pela polinização no mês passado.

Cerca de 40% do milho do Paraná ainda precisa polinizar e a previsão de curto prazo é esparsa, embora algumas chuvas sejam possíveis nesta semana. No entanto, as previsões na terça-feira sugeriam que as chuvas de maio provavelmente chegariam a menos da metade da média mensal do sul do estado.

A safrinha do Paraná em 2021 parece caminhar para ser pior do que a de 2018, talvez o ano mais parecido com o atual. A safra 2018 foi plantada tarde e as chuvas de abril foram historicamente baixas. As chuvas de maio dobraram o total de abril, mas ainda estavam bem abaixo do normal, e a safra de milho caiu quase um quarto em relação aos níveis normais.

Há três anos, cerca de 43% do milho do Paraná era classificado como bom, 44% na média e 13% ruim. Esta semana, 45% está na média e 30% está ruim. Apenas 7% haviam sido ruins três semanas antes.

Mato Grosso do Sul e Goiás, os próximos maiores produtores, também enfrentaram o plantio tardio e lutam contra a seca. No início deste mês, o órgão agrícola de Mato Grosso do Sul classificou 13% do segundo milho em boas condições, embora apenas 4% fosse ruim e 83% estivesse na média. É preciso ter cuidado ao comparar as classificações entre os estados, pois os critérios podem variar.

Mesmo o maior estado produtor, Mato Grosso, não teve o conto de fadas que esperavam após comercializarem suas safras de forma muito mais agressiva e mais cedo do que o normal. As regiões de maior produção do estado receberam chuvas em sua maioria adequadas, embora outras partes tenham sido mais secas, mas agora as previsões de chuva são mínimas.

A agência de estatísticas do estado, Imea, no início deste mês reduziu a produção de milho esperada em 1% em relação à previsão anterior, e seria 7% menor do que no ano passado. A Imea cita o plantio tardio, a seca em algumas áreas e a baixa previsão de chuvas em maio.

Desvio de exportação?

Tanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos quanto a Conab do Brasil tem previsto uma safra total de milho do Brasil em um nível recorde de 109 milhões de toneladas, mas as agências devem publicar novas perspectivas presumivelmente mais baixas. Os analistas estimam o USDA em 103 milhões de toneladas com uma estimativa baixa de 100 milhões, o que seria inferior aos 102 milhões do ano passado.

No entanto, algumas perspectivas ficaram abaixo de 100 milhões de toneladas devido à seca recente e esperada. A consultoria AgRural estimou nesta segunda-feira a safra total em 95,5 milhões de toneladas, a menor safra em três anos.

Os déficits previstos no Brasil melhoram as chances dos exportadores americanos ganharem ainda mais negócios após sua alta temporada ou potencialmente na próxima. No que diz respeito ao relatório, o impacto nas projeções de exportação dos EUA dependerá da estimativa da safra brasileira.

Mas a China é o outro fator para as exportações americanas devido a alguns cancelamentos recentes para o ano 2020-21. Na última semana, a China cancelou um total de 420.000 toneladas de milho de safra antiga, um pouco menos de 2% de seus compromissos permanentes totais no final do mês passado.

Esse volume sozinho poderia muito facilmente ser substituído pelas perdas do Brasil, embora não se saiba quantos carregamentos dos EUA a mais a China pode empurrar para 2021-22, que começa em 1º de setembro. O negócio provavelmente viria de outros compradores.

Nos últimos três pregões, o USDA confirmou um total de 3,06 milhões de toneladas de milho americano vendido à China para embarque em 2021-22, a primeira compra da nova safra do país. Não está claro se a demanda chinesa por milho ainda é tão forte quanto os analistas de mercado imaginavam ou se o momento foi simplesmente adiantado.

Fonte: Reuters

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