Saldo comercial bate recorde no ano, com forte alta das vendas de petróleo
jun, 07, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202423
Com desempenho forte do setor extrativo, puxado principalmente por petróleo, a balança comercial fechou com superávit de US$ 35,9 bilhões de janeiro a maio, recorde para o período.
Em maio, a balança teve superávit de US$ 8,534 bilhões, 22,3% menor do que o do mesmo mês de 2023. As exportações somaram US$ 30,338 bilhões em maio, queda de 7,1%. As importações, com US$ 21,804 bilhões, subiram 0,5%.
Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras via contêineres dos últimos cinco anos. Os dados foram elaborados com base no DataLiner:
Exportações Brasileiras via Contêineres| Jan 2021 – Abr 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Houve crescimento do valor das exportações e das importações no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, graças ao aumento dos volumes exportados e importados. Os preços caíram no período.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as exportações somaram US$ 138,8 bilhões, alta de 2,3% em relação a iguais meses do ano passado. As importações totalizaram US$ 102,9 bilhões, com alta de 1,8% na mesma comparação.
Os volumes cresceram respectivo de 7,4% e 11,5%, enquanto os preços caíram 4,5% e 9,2%. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento nesta quinta-feira, 6.
Veja abaixo um histórico das importações brasileiras via contêineres com dados elaborados a partir do DataLiner:
Importações Brasileiras via Contêineres | Jan 2021 – Apr 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Apesar de uma safra não tão extraordinária quanto a do ano passado, a soja continua liderando a exportação, no valor total de US$ 21,8 bilhões de janeiro a maio, mas com perda de participação de participação na pauta exportadora. O grão respondeu por 15,7% dos embarques no acumulado até maio contra 19,6% em igual período de 2023.
No lugar do grão avançaram itens da indústria extrativa, como petróleo bruto e minério de ferro, com 14,9% e 9,3%, respectivamente, de fatia das exportações. Juntos os dois produtos responderam por 24,2% da pauta exportadora de janeiro a maio, em avanço em relação aos 19,9% de iguais meses de 2023.
Petróleo e minério de ferro
José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca que os preços do minério de ferro, que surpreenderam com alta no fim do ano passado até o início deste ano, estão sendo fortemente reajustados. Nos dados da Secex do mês de maio, o minério já aparece com queda de 11% em preços e de 6,3% em volume embarcado, levando a uma redução de 16,6% na receita de exportação em relação a igual mês de 2023.
E há à frente, diz, dúvidas sobre a demanda chinesa e as medidas de proteção que estão sendo tomadas por vários mercados em relação ao aço produzido na China.
Com o petróleo a situação é outra. Segundo os dados da Secex, a exportação de petróleo bruto aumentou 35,9% em valor em maio, com alta de 32,1% em volume e de 2,9% em preços.
No acumulado do ano a receita de embarques com o petróleo cresceu em escala semelhante, com alta de 31,2%. Os volumes aumentaram 32,5%.
“O desempenho do petróleo segue mantendo a tese de que será um dos grandes condutores de recursos para o país via exportações em 2024”, diz Lucas Barbosa, economista da AZ Quest.
Com o bom desempenho do petróleo, a indústria extrativa alcançou fatia de 25,8% da exportação brasileira de janeiro a maio.
O recorde de participação do setor na exportação para os cinco meses iniciais é de 2021, quando alcançou 27,1%.
Na ocasião a estrela foi o minério de ferro, que, puxado por preços altos, respondeu por 60% da exportação da indústria extrativa.
De janeiro a maio deste ano predomina o petróleo bruto, com 57,7% da exportação do segmento.
Nas importações, Barbosa destaca a alta puxada por bens de capital e por bens de consumo. Os valores, segundo a Secex, cresceram 13,4% e 23,4%, respectivamente, de janeiro a maio deste ano contra igual período de 2023.
Os dados de bens de capital, aponta, mostram o que foi destaque também nos dados do PIB do primeiro trimestre, que evidenciou retomada de investimento e alta de importações.
Entre os bens de consumo, Castro destaca a importação de veículos, que totalizou US$ 2,98 bilhões de janeiro a maio, com alta de 59,4% em relação a igual período do ano passado. Nesse caso, chama a atenção a importação de automóveis origem China (incluindo Hong Kong e Macau), que somou US$ 1,22 bilhão de janeiro a maio contra US$ 201,6 milhões em igual período do ano passado.
As exportações brasileiras para China, Hong Kong e Macau, principais destinos das vendas nacionais, caíram 7,9% em maio, pelo critério da média diária.
As vendas totais para a Ásia também recuaram 12,5%. Para União Europeia cresceram 23,1% no mesmo período, enquanto para América do Norte recuou 2,6%. Os embarques para América do Sul recuaram 32,4%, puxados pela Argentina.
No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 138,81 bilhões, alta de 2,3%. Já as importações alcançaram US$ 102,92 bilhões, alta de 1,8%. A corrente de comércio, soma de exportações e importações, alcançou US$ 241,73 bilhões, alta de 2,1%.
As exportações agropecuárias, pela média diária, caíram 18,5% em maio, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O diretor de estatísticas e estudos de comércio exterior, Herlon Brandão, disse que em maio o registro das exportações foi semelhante ao de abril, quando foi de US$ 30,6 bilhões.
Do lado das importações, Brandão destacou que tem observado um aumento do volume ao longo dos últimos meses. Segundo o diretor, esse movimento vem desde os últimos meses de 2023 e é considerado “natural” dado o crescimento da economia e aumento da demanda.
Fonte: Valor Econômico
Clique aqui para ler o texto original: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/06/07/saldo-comercial-bate-recorde-no-ano-com-forte-alta-das-vendas-de-petroleo.ghtml
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