Santos Brasil prevê ciclo de renegociação em 2023

A Santos Brasil se prepara para mais um ciclo de reajustes de preços em 2023 – a começar pelo principal contrato da operadora portuária, com a empresa de navegação Maersk, que vence no fim deste mês. Segundo o diretor financeiro, Daniel Dorea, “as negociações estão avançadas e há uma confiança de que haverá a renovação em bases satisfatórias para os dois lados.”

A expectativa para este ano é de estabilidade na movimentação de cargas, diz ele. “Em 2023, o catalisador será a renegociação de diversos contratos, não só o da Maersk. Devemos ter uma melhora do tíquete médio com a recomposição de preços. É isso que vai permitir à empresa uma distribuição forte de dividendos, a realização de investimentos de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões, e um bom posicionamento para estudar ativos novos.”

No quarto trimestre de 2022, a empresa registrou lucro líquido de R$ 135,5 milhões, o que representa alta de 23,2% na comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) cresceu 24,2% no período, chegando a R$ 135,5 milhões. A receita líquida também subiu 5,7%, para R$ 468,8 milhões.

O aumento dos resultados, segundo Dorea, já é fruto de uma reprecificação dos serviços ao longo de 2022. Os volumes, por outro lado, tiveram uma retração no quarto trimestre. Os terminais de contêineres movimentaram 296 mil unidades, queda de 7,9% na comparação anual. Em Santos, essa redução foi de 9,9%.

A retração, segundo a companhia, se deve a três fatores: a normalização da sazonalidade de importações em Santos, após a pandemia; o desaquecimento das importações de bens de consumo vindas da Ásia; e a estiagem na foz do rio Amazonas, que prejudicou as escalas de cabotagem.

A nova operação no Porto de Itaqui (MA), de granéis líquidos, ainda não trouxe efeito positivo no balanço de 2022, mas a perspectiva para este ano é positiva, segundo o executivo.

“Conseguimos iniciar as operações no quarto trimestre de 2022, fechamos os contratos somente em novembro e dezembro. Hoje, mais de 60% da capacidade instalada dos terminais já está contratada e novas propostas estão sendo confeccionadas”, disse. “Acho que conseguiremos rapidamente, no curso do primeiro semestre, contratar a nossa capacidade existente. A aposta da companhia foi muito acertada, principalmente na localidade, na região do Matopi, e no agronegócio.”

Neste ano, a companhia prevê iniciar a construção da capacidade adicional nos terminais de Itaqui, o que deverá demandar um investimento aproximado de R$ 250 milhões em 2023.

Hoje o foco da Santos Brasil são os ativos atuais, diz o diretor. “Há uma entressafra de novos projetos. Estamos buscando entender quais serão as prioridades do governo, mas estamos confiantes.”

Em relação à privatização da Santos Port Authority (SPA), Dorea avalia que a perspectiva ficou mais distante. “Há uma mudança de visão. O que poderá acontecer é a concessão de serviços, como dragagem, acesso ao canal. Isso me parece mais factível”, afirma. Para o diretor, uma desistência em relação ao projeto da desestatização não é um problema. “É o ‘status quo’. A companhia convive com esse modelo de autoridade estatal há 25 anos.”

Fonte: Valor Econômico

Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/03/22/santos-brasil-preve-ciclo-de-renegociacao-em-2023.ghtml

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