Sugarcane harvest in Brazil - Sugar exports
Açúcar e Ethanol

Seca e incêndios reduzem 11 milhões de toneladas na safra de cana-de-açúcar do Brasil

nov, 29, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202445

A seca prolongada, altas temperaturas e incêndios generalizados nos canaviais durante os meses de agosto e setembro levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a reduzir sua estimativa para a safra de cana-de-açúcar da temporada 2024/25 em 11 milhões de toneladas. O terceiro relatório da CONAB para a temporada agora projeta uma produção total de 678,67 milhões de toneladas.

Embora esse número represente uma queda de 4,8% em relação à safra anterior (uma redução de 34,5 milhões de toneladas), ele ainda representaria a segunda maior safra de cana-de-açúcar da história do Brasil, se confirmada.

A queda é concentrada nos estados de São Paulo e Paraná, onde as perdas combinadas devem atingir 40,2 milhões de toneladas. No entanto, as perdas nacionais são compensadas pelo aumento da produção em estados como Goiás, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Mesmo nas regiões onde a produção deve aumentar, a produtividade foi afetada pelas condições climáticas adversas. A CONAB estima que a produtividade média nacional cairá 8,8% nesta safra, para 78 toneladas por hectare.

São Paulo, o estado mais afetado pelos incêndios durante a transição do inverno para a primavera, deve ver a produtividade cair 14,5%, para 80,1 toneladas por hectare, abaixo da estimativa de agosto da CONAB, que era de 82,7 toneladas por hectare. A CONAB também reduziu sua previsão para a área colhida em São Paulo em 254 mil hectares.

O gráfico abaixo revela o progresso das exportações de açúcar do Brasil em contêineres entre janeiro de 2021 e setembro de 2024. Os dados são do DataLiner.

Exportações de Açúcar em Contêineres | Jan 2021 – Set 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Apesar dessas quedas, vale ressaltar que a produtividade da safra passada foi um recorde, o que torna a comparação desafiadora. De acordo com a CONAB, a produtividade desta safra ainda deve ser a segunda maior da última década. “Mesmo com as severas perdas causadas pelos fatores climáticos, algumas regiões se beneficiaram de chuvas suficientes”, afirmou a CONAB em seu relatório.

A redução da safra de cana-de-açúcar levou a CONAB a diminuir sua estimativa de produção de açúcar em 2 milhões de toneladas em relação à projeção de agosto, passando a prever 44 milhões de toneladas. Esse número é 3,7% inferior à safra 2023/24, uma queda de 1,7 milhão de toneladas. No entanto, ainda seria a segunda maior produção de açúcar da história do Brasil.

Os desafios para a produção de açúcar foram agravados por doenças nas lavouras, como a murcha do colmo, que reduz a pureza do caldo e torna a cana-de-açúcar mais suscetível a outras doenças. Essas dificuldades na cristalização do açúcar levaram os usinas a direcionar mais matéria-prima para a produção de etanol ao longo da temporada.

Como resultado, a CONAB aumentou sua previsão de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar em 1,4%, estimando 28,9 bilhões de litros — um valor 2,8% inferior à safra anterior.

No entanto, com o aumento da oferta de etanol de milho, espera-se que a produção total de etanol permaneça próxima aos níveis do ano passado. A CONAB prevê que a produção de etanol de milho atinja 7,2 bilhões de litros nesta safra, contribuindo para uma produção total de biocombustíveis de 36,1 bilhões de litros para o ciclo 2024/25 — um aumento de aproximadamente 473 milhões de litros em relação ao ano anterior.

Por Fernanda Pressinott e Camila Souza Ramos, Globo Rural

Fonte: Valor Internacional

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