Portos e Terminais

Seca faz nível do rio no porto da Amazônia cair para o menor nível em 122 anos

out, 08, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202440

O porto fluvial na maior cidade da floresta amazônica, Manaus, atingiu na sexta-feira (4 de outubro) seu nível mais baixo desde 1902, à medida que a seca drena os cursos d’água e prejudica o transporte de exportações de grãos e suprimentos essenciais que são a tábua de salvação da região.

A precipitação abaixo da média – mesmo durante a estação chuvosa – tem afetado a Amazônia e grande parte da América do Sul desde o ano passado, contribuindo também para os piores incêndios florestais em mais de uma década no Brasil e na Bolívia. Pesquisadores afirmam que a mudança climática é a principal culpada.

Cientistas preveem que a região amazônica pode não recuperar totalmente os níveis de umidade até 2026.

No ano passado, a seca se tornou uma crise humanitária, com pessoas dependentes dos rios sendo deixadas sem comida, água ou remédios.

Neste ano, as autoridades já estão em alerta. No estado do Amazonas, duramente afetado, pelo menos 62 municípios estão sob estado de emergência, com mais de meio milhão de pessoas afetadas, segundo o corpo de defesa civil do estado.

“Esta é agora a seca mais severa em mais de 120 anos de medições no Porto de Manaus”, disse Valmir Mendonça, chefe de operações do porto, que afirmou que o nível do rio deve continuar a cair por mais uma ou duas semanas.

Com a região nunca se recuperando totalmente devido às chuvas sazonais mais fracas do que o normal, muitos dos impactos da seca do ano passado parecem prontos para se repetir ou alcançar novos extremos.

Na última sexta-feira, o rio Negro teve a medição de 12,66 metros, de acordo com o site do Porto de Manaus, superando o recorde anterior registrado no ano passado e ainda caindo rapidamente.

O rio Negro é um importante afluente do rio Amazonas, o maior rio do mundo em volume. O porto está localizado perto do “encontro das águas”, onde as águas escuras do Negro se encontram com as de cor areia do Solimões, que também atingiu um nível recorde nesta semana.

Os embarques de grãos foram interrompidos no rio Madeira, outro afluente do Amazonas, devido aos baixos níveis de água, informou uma associação portuária no mês passado.

Pesquisadores estão mais uma vez encontrando carcaças de botos de água doce da Amazônia, que eles atribuem às águas rasas forçando a espécie ameaçada a ter mais contato com os humanos.

A agência nacional de monitoramento de desastres, Cemaden, já declarou que a seca é o pior evento desse tipo no Brasil desde pelo menos a década de 1950.

A seca também prejudicou as usinas hidrelétricas, a principal fonte de eletricidade do Brasil. As autoridades de energia aprovaram a volta do horário de verão para economizar eletricidade, embora a medida ainda exija aprovação presidencial.

O clima extremo e a secura estão afetando grande parte da América do Sul, com o rio Paraguai também em seu nível mais baixo de todos os tempos. Esse rio começa no Brasil e flui pelo Paraguai e Argentina até o Atlântico.

O mesmo calor extremo e a secura estão ajudando a aumentar os incêndios na Amazônia e no Pantanal, as maiores áreas úmidas do mundo. A Bolívia também está a caminho de quebrar o recorde de mais incêndios já registrados, segundo dados da agência espacial do Brasil.

Fonte: Infomoney

Clique aqui para ler o texto original: https://www.infomoney.com.br/economia/producao-de-veiculos-cai-em-setembro-mas-anfavea-destaca-melhor-trimestre-em-5-anos/

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