Setor Agroexportador do Paraguai enfrenta “Perspectiva Sombria” devido aos baixos níveis dos rios

A colheita de soja 2024/2025 no Paraguai enfrenta uma perspectiva desafiadora, marcada por condições climáticas adversas, problemas de navegabilidade dos rios e pressões econômicas, criando uma situação problemática para produtores e exportadores. Sonia Tomassone, assessora de comércio exterior da Câmara Paraguaya de Exportadores e Comerciantes de Grãos e Oleaginosas (Capeco), afirmou ao Valor Agrícola que esses fatores criam uma “mistura desvantajosa” que requer monitoramento e adaptação contínuos.

“A questão agroclimática sugere problemas potenciais nas regiões do norte do país, como os departamentos de San Pedro, Canindeyú e Concepción, que estão enfrentando novamente um déficit hídrico”, observou.

Por outro lado, Tomassone afirma que, por enquanto, haverá água suficiente no sul. No entanto, ela alertou que é imperativo acompanhar a situação. “Embora os produtores estejam fazendo todos os esforços para mitigar esses efeitos climáticos, o clima continua fora do nosso controle”, afirmou.

Tomassone também destacou que o déficit hídrico iminente no norte “definitivamente piorará as condições de navegabilidade.”

Ela explicou que “se chover no sul, não é suficiente; é necessário que chova nas cabeceiras dos rios para que possamos ter navegabilidade em nossos cursos d’água.”

“Não temos uma perspectiva muito encorajadora”, reconheceu Tomassone. No entanto, ela enfatizou que as medidas de mitigação continuarão a ser implementadas, e o desenvolvimento das culturas e o fluxo de produtos serão monitorados de perto.

Ela destacou que as dificuldades logísticas no transporte de produtos por via terrestre, particularmente na fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, foram aliviadas, o que traz algum otimismo em relação à logística terrestre.

No entanto, ela ressaltou que a maioria das sojas, grãos e derivados industriais são transportados por via fluvial, e “não há sinais de melhoria nas condições de navegabilidade.”

Embora as operações de dragagem estejam em andamento e novos acordos tenham sido assinados com o governo para melhorar a navegabilidade dos rios a curto, médio e longo prazo, Tomassone alertou que “esses esforços levarão tempo.”

Ela enfatizou que, embora as ações em curso sejam muito importantes, “as exportações não param”, portanto, é crucial continuar os esforços para garantir seu fluxo contínuo.

Impacto nas Importações

Ela também mencionou que o estado dos rios tem impacto tanto nas importações quanto nas exportações. Tomassone chamou a atenção para o fato de que as importações de gasolina são necessárias para o Paraguai e que o aumento dos preços pode desencadear vários problemas associados. Ela também disse que em alguns meses começará a temporada de festas, o que causará um aumento nas importações de produtos relacionados às festividades dessa época do ano. “Atrasos e aumentos de preços também podem resultar disso. Como resultado, a situação está bastante complicada daqui para frente”, afirmou.

Fonte: Valor Agrícola – Paraguai

Clique aqui para ler o texto original: https://www.valoragro.com.py/economia/sector-agroexportador-con-panorama-poco-alentador-por-condiciones-climaticas-y-bajante-de-los-rios/

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