Setor de carne bovina da Argentina toma medidas para atender novas regras de importação da UE sobre desmatamento

A Argentina revelou seu primeiro esquema de certificação para carne bovina livre de desmatamento às autoridades da União Europeia em Bruxelas na última segunda-feira (3 de junho), enquanto o país se prepara para uma nova lei da UE que visa importações ligadas ao desmatamento.

O esquema, conhecido como VISEC, foi lançado pelo Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA) para garantir a rastreabilidade de toda a carne bovina, do campo à mesa.

Com este sistema, o IPCVA também visa “reduzir o potencial impacto negativo” do regulamento anti-desmatamento da UE (EUDR), que deverá entrar em vigor em janeiro de 2025.

O EUDR exige que os importadores da UE de sete commodities, incluindo gado e produtos derivados, como couro, comprovem que seus produtos não contribuíram para o desmatamento ou degradação florestal após dezembro de 2020.

O VISEC utiliza dados de geolocalização para certificar a origem sustentável dos produtos pecuários, alinhando-se com os requisitos do EUDR.

“Os certificados podem ser usados por exportadores e importadores como prova de conformidade perante as autoridades dos países membros da UE, no âmbito dos requisitos de devida diligência”, afirmou o IPCVA em um comunicado à imprensa.

No entanto, os certificados do VISEC, assim como outros esquemas nacionais, não são legalmente aceitos pelas autoridades da UE para conformidade com o EUDR, explicou Davor Percan, do departamento de meio ambiente da Comissão Europeia (DG ENV), durante o evento de apresentação da plataforma, em 3 de junho.

“Não há validação oficial (…) mas cada elemento do EUDR está incluído e já certificado e verificado”, respondeu Gustavo Idígoras, presidente da Câmara da Indústria do Petróleo da Argentina, enfatizando que o VISEC fornece todas as informações necessárias para avaliações de risco dos importadores.

A Argentina, um dos maiores exportadores de gado do mundo, quer se posicionar como principal produtora de carne sustentável, alinhando-se aos compromissos internacionais para reverter o desmatamento.

O gráfico abaixo mostra os principais destinos das exportações de carne bovina da Argentina de janeiro a abril de 2024. Os dados são do DataLiner.

Argentina: Principais Destinos de Exportação de Carne Bovina | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Durante o evento, o IPCVA destacou os elevados padrões de sustentabilidade e bem-estar animal das vacas argentinas, que pastam livremente nas vastas pastagens de La Pampa, na região central da Argentina.

“A Argentina é um dos poucos países do mundo onde o animal passa 80% ou 90% de sua vida pastando e ao ar livre”, disse o presidente do IPCVA, Jorge Grimberg.

No entanto, um relatório recente do Greenpeace Argentina alertou que a produção de gado e soja está impulsionando o desmatamento em El Chaco, a segunda maior floresta da América do Sul, que perdeu 126.149 hectares de floresta em 2023, um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior.

Fonte: Euractiv

Clique aqui para ler o texto original: https://www.euractiv.com/section/agriculture-food/news/argentine-beef-sector-takes-steps-to-meet-new-eu-import-rules-on-deforestation/

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