Setor de frutas cítricas enfrenta desafios com atraso na safra e crise econômica

O setor de frutas cítricas da Argentina está passando por um momento difícil marcado pela temporada de seca, além da pior inflação do mundo, que ultrapassa 100%, e dificuldades cambiais. Apesar desses obstáculos, os produtores afirmam que têm contratos de longo prazo a cumprir e continuarão a fornecer seus produtos para os mercados globais.

Embora tenha chovido um pouco no mês passado (abril), os produtores afirmam que não isto não ocorreu a tempo de melhorar o tamanho das primeiras frutas cítricas que atingiram o ponto de serem colhidas. “Atualmente, predominam frutas de tamanho pequeno. A expectativa é de que exportemos um volume menor para os Estados Unidos. A Europa continua sendo o principal destino das frutas argentinas. Esperamos que os preços de mercado melhorem. No momento, só faremos operações com limão orgânico.”

A moeda argentina está muito mais fraca em relação ao dólar, e a inflação anual aumentou para 108,8% em abril de 2023, mais que dobrando os preços da maioria dos produtos de consumo. No início desta semana, o governo anunciou a isenção das tarifas de importação para alimentos, a fim de torná-los mais acessíveis para a população. As taxas de juros também foram elevadas para as mais altas do mundo, atingindo 97%, na tentativa de conter o aumento da inflação, mas ainda não está claro se essa medida agressiva será eficaz.

Segundo a FederCitrus, principal órgão cítrico da Argentina, foi declarado estado de emergência agrícola para os limões de Tucumán, o que garantirá isenção fiscal por um ano. A declaração foi motivada pelo aumento da produção de cítricos no Uruguai e na África do Sul.

O presidente Alberto Fernández, que enfrenta uma eleição crucial em outubro deste ano, se reuniu com o presidente dos Estados Unidos e com o FMI para antecipar empréstimos ao país e ajudar a evitar uma crise fiscal. O governo está trabalhando para evitar um colapso da moeda e proteger os 46 milhões de cidadãos argentinos da quebra econômica. A recente medida de importar alimentos com tarifa zero não deve afetar as exportações.

Outro produtor e exportador comentou sobre os desafios internos e de mercado enfrentados pelo setor de frutas cítricas argentino. “Pelo menos há esperança de ter uma taxa de peso argentino especial para exportação de cítricos, o que pode ser útil. Até agora, a temporada tem sido lenta, com menos frutas do que o normal e tamanhos menores. Felizmente, as chuvas começaram a tempo, então devemos começar a ter tamanhos e quantidades quase normais. Os mercados estão fortes, com preços um pouco melhores em alguns casos, e os custos de frete estão retornando aos níveis normais.”

Fonte: FreshPlaza

Para ler a matéria original, acesse: https://www.freshplaza.com/north-america/article/9530557/argentina-s-citrus-sector-faces-further-headwind-in-delayed-start-to-2023-season/

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