Sinal verde para importação de milho dos EUA a partir de julho
jun, 17, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202125
Depois da pressão redobrada feita pelos criadores de aves e suínos, devido às altas históricas nos custos de produção este ano, o governo federal vai dar sinal verde para a importação de milho dos Estados Unidos a partir de julho.
O movimento é considerado estratégico pela indústria de proteína animal, que ganha poder de barganha para tentar achatar as cotações do cereal, principal insumo da ração animal – ou ao menos criar um teto nos preços no mercado doméstico. Mas a expectativa é que poucos negócios sejam efetivamente concretizados.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, na última quinta-feira, a liberação para consumo humano e animal da última variedade transgênica cultivada pelos americanos, a DP-ØØ4114-3, que ainda não tinha o aval para entrar em território brasileiro. Eram apenas duas na lista de organismos geneticamente modificados (OGM) sem a sincronia de aprovações. A outra, a DAS-59122-7, foi liberada em maio. Ambas são da empresa Corteva Agriscience.
Grãos “cruzados”
A CTNBio também atualizou uma resolução normativa que permite a comercialização de grãos “cruzados” naturalmente nas lavouras a partir do plantio de eventos originais ou “misturados” nas cargas nas indústrias ou nos navios. A regra vale tanto para o milho produzido no Brasil quanto para o cereal importado.
“O que o agricultor colhe é diferente daquilo que a CTNBio aprovou, pois houve um cruzamento natural entre lavouras vizinhas”, explicou o presidente da comissão, o engenheiro agrônomo e geneticista Paulo Barroso, ao Valor.
Avaliar cada cruzamento custaria “bilhões”, disse, e seria desnecessário, já que só eventos originais podem ser cultivados. “Sobre o ponto de vista da alimentação, o que importa são os eventos simples liberados, e não o agrupamento. Não estamos aprovando um pouquinho de outro evento que não passou pela CTNBio”,completou.
Barroso reforçou que a mudança não foi feita exclusivamente para atender ao interesse de importação, que a medida vale para demais plantas e animais e que foi necessária para dar segurança jurídica ao que já era praticado internamente no país. A norma valerá a partir de julho e deve ser publicada em breve no Diário Oficialda União.
Fonte: Valor Econômico
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