Sob pressão de caminhoneiros, governo da Argentina diz que diesel importado ‘está a caminho’
jun, 30, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202226
O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira (29) ter tomado várias medidas para normalizar o abastecimento de diesel diante da multiplicação de protestos de transportadores por falta de combustível, segundo a “Associated Press”. Entidades ligadas ao setor de transporte têm alertado nos últimos dias que há problemas de abastecimento em grande parte do país.
O chefe de gabinete da Casa Rosada, Juan Manzur, disse que a falta de diesel foi discutida na reunião de ministros que ocorreu pela manhã e indicou que, “para normalizar o fornecimento de combustível”, estão a caminho cinco navios carregados de diesel, e as quatro refinarias em operação na Argentina estão trabalhando em 100% em sua produção.
O chefe de gabinete acrescentou ainda o aumento de biodiesel na mistura com o óleo diesel, que passou de 5% para 12,5% e vigorará na primeira quinzena de julho. Manzur anunciou também a suspensão temporária de impostos sobre a importação do produto.
O anúncio se seguiu a outros feitos pelo governo semanas atrás que não se concretizaram, o que aumentou a irritação dos caminhoneiros. O próprio ministro da Segurança, Aníbal Fernández, admitiu antes de entrar na reunião de gabinete que a solução para o problema de escassez “foi adiada porque a compra (de combustível) deveria ter começado antes… mas será resolvida em dias”.
A Argentina produz diesel, mas não o suficiente para o seu abastecimento, por isso depende das importações. Isso ocorre no contexto de subida dos preços mundiais provocada em grande parte pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Há uma semana, transportadores filiados a diversos sindicatos estão em greve, enquanto mobilizações nas rotas ocorrem desde abril em protesto pela falta de diesel. Trabalhadores exigem atualização das tarifas de transporte de grãos e outros produtos.
Na terça-feira (28), centenas de motoristas tentaram levar seus caminhões ao centro de Buenos Aires para realizar um protesto no Obelisco — um dos pontos mais conhecidos da capital. Mas a polícia impediu que eles chegassem à área central da cidade.
Na Argentina, os problemas de acesso ao diesel ocorrem em 23 dos 24 distritos do país, segundo o último estudo da Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte Rodoviário.
Analistas apontam que um dos motivos da escassez é que as petroleiras não consideram lucrativo importar diesel, porque não podem vendê-lo pelo preço que compram, já que o governo impede que todo o seu valor seja repassado ao mercado no atual contexto inflacionário.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o texto original completo acesse: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/06/29/sob-pressao-de-caminhoneiros-governo-da-argentina-diz-que-diesel-importado-esta-a-caminho.ghtml
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