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”Soja Fake”: Carga de soja com areia no valor de R$ 6 milhões é recusada no Porto
fev, 17, 2025 Postado porDenise VileraSemana202508
Uma carga de 2,7 mil toneladas de farelo de soja, avaliada em aproximadamente R$ 6 milhões, foi recusada no Porto de Paranaguá, no Paraná, após ser identificada a presença de areia no produto. O lote, pertencente à empresa Queiroz Agro, de Alto Araguaia (MT), foi descartado no Complexo Industrial Eco Tecnológico (CIETec), no Distrito de Alexandra, no município de Paranaguá.
Fiscalização identificou irregularidades
A carga foi reprovada durante auditoria realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) em 22 de janeiro, como parte dos protocolos de inspeção padrão. A análise apontou que o farelo de soja não atendia aos requisitos mínimos de qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para exportação.
Com a negativa, os produtos foram destinados ao descarte no aterro sanitário do CIETec. A operação de descarte mobilizou 34 caminhões, e, até 29 de janeiro, 11 deles já haviam sido descarregados, segundo informações de Rogério Francisco Gonçalves, sócio do aterro sanitário.
Além do impacto econômico para a empresa, a retenção da carga também afetou os caminhoneiros, que precisaram permanecer no Pátio de Triagem do porto por mais tempo que o previsto, gerando prejuízos logísticos e financeiros.
Queiroz Agro nega adulteração
A empresa Queiroz Agro, especializada na comercialização de grãos, adubos e fertilizantes, afirmou em nota oficial que as cargas atendem aos padrões de exportação estabelecidos pelo regulamento técnico Anec 71. Segundo esse regulamento, a tolerância para areia e sílica no farelo de soja pode variar entre 0,5% e 1,5%, dependendo das negociações contratuais.
A empresa também enfatizou que todos os caminhões utilizados na operação possuem rastreadores, o que, segundo a companhia, impede qualquer adulteração do produto durante o transporte. Na nota divulgada à imprensa, a Queiroz Agro alegou que as informações veiculadas sobre a suposta fraude são “totalmente infundadas” e que a companhia “preza pela transparência, ética e respeito” com seus clientes e parceiros.
“Por oportuno, declaramos que não compactuamos e condenamos qualquer tipo de prática ilícita e estamos diligenciando todas as providências necessárias para esclarecer o ocorrido junto às entidades responsáveis”, afirma a empresa no comunicado oficial.
O Grupo Queiroz, através da empresa QUEIROZ AGRO LTDA, atua na comercialização de commodities agrícolas, com a originação de produtos em todo o Estado de Mato Grosso, atendendo clientes em todo território nacional e para exportação nos principais portos do país.
Polêmica e impacto no setor
O caso reacendeu o debate sobre controle de qualidade e fiscalização dos produtos agrícolas destinados à exportação. O Porto de Paranaguá é um dos principais pontos de escoamento da produção brasileira de soja e derivados, e incidentes como este podem afetar a credibilidade do produto nacional no mercado internacional.
A polêmica também levanta questionamentos sobre a necessidade de rigorosos processos de verificação ao longo da cadeia produtiva, desde a origem dos grãos até a chegada ao porto, para evitar fraudes ou inconformidades que possam comprometer a exportação
NOTA
“Diante das inúmeras notícias veiculadas em diversos meios de comunicação, em relação às cargas de farelo que foram rejeitadas pelo Porto de Paranaguá, afirmamos que são totalmente infundadas.
Informamos que a QUEIROZ AGRO preza pela transparência, ética e respeito com seus clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores, dessa forma esclarecemos que o nosso produto segue o padrão de qualidade estabelecido pelo regulamento da ANEC 71 para os produtos agrícolas destinados à exportação e possuidor da certificação GMP+.
Por oportuno, declaramos que não compactuamos e condenamos qualquer tipo prática ilícita e estamos diligenciando todas as providências necessárias para esclarecer o ocorrido junto as entidades responsáveis.”
Fonte: Compre Rural
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