Soja tenta driblar clima e busca por mais crescimento para o Porto de Santos
jan, 05, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202401
A falta de chuva e o consequente desequilíbrio no clima em vários estados brasileiros vão afetar a safra de grãos para 2024, em especial a soja. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan. O complexo soja (grãos e farelo) é um dos responsáveis por parcela significativa das movimentações no Porto de Santos, que bate sucessivos recordes no setor.
No ano passado, foram 38,6 milhões de toneladas embarcadas e desembarcadas até novembro, segundo dados da Autoridade Portuária de Santos (APS) – alguns navios/terminais ainda não enviaram todas as informações. Para se ter uma ideia do crescimento, foram 25,1 milhões em 2019, 27,9 milhões em 2020, 30,3 milhões em 2021 e 34,6 milhões em 2022.
Veja abaixo os principais destinos das exportações de soja do Brasil de janeiro a novembro de 2023. Os dados são do DataLiner.
Principais destinos de soja | Jan 2019 – Nov 2023 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
“Nunca tivemos um clima atípico quanto o desta safra 2023/2024, pois se planta soja em um ano e se colhe no outro. O plantio está atrasado em vários estados. No Mato Grosso e em Goiás, por exemplo, já era para ter encerrado em novembro, início de dezembro”, explica Antonio Galvan. “No Paraná, há uma parte do estado com excesso de chuva e falta em outra parte”, emenda.
Diante disso, os números projetados pelo presidente da Aprosoja, em razão do momento climático, estão longe de serem os melhores. “Se chegarmos em 130, 140 milhões de toneladas em termos de Brasil, temos que levantar as mãos para o céu”, sentencia. A safra anterior de soja, de acordo com Galvan, fechou em torno de 155 milhões de toneladas.
Tranquilo, mas…
O consultor portuário e diretor da V2PA Engenharia e Consultoria, Marcos Vendramini, não vê problema, a princípio, para os terminais e sistemas de transportes da região no escoamento dos grãos de exportação.
“Em termos de terminais, o Porto de Santos vem constantemente expandindo sua capacidade, tanto por intermédio de meios (infraestruturas e terminais) quanto de métodos (processamento operacional) com pesados investimentos, especialmente nos terminais de granéis sólidos”.
Vendramini só acredita em algum inconveniente caso aconteça algum gargalo pontual no sistema de recepção das cargas, como obras que afunilem ou restrinjam o tráfego nas vias de acesso ao Porto e aos terminais, ou condição climática desfavorável, caso de excesso de chuvas nos períodos de maiores embarques.
Acessibilidade
Já o consultor portuário da Agência Porto Consultoria, Ivam Jardim, deixou claro que, independentemente do momento, é necessário cobrar agilidade do Estado na realização de investimentos em acessibilidade, especificamente rodoviária e marítima.
Na rodoviária, lembra Jardim, é necessária a existência de mais uma rodovia que conecte o Rodoanel à Margem Esquerda do Porto de Santos. “Ela fomentará a Área Continental de Santos, Guarujá e Cubatão, dividindo assim o fluxo pesado com a Anchieta”.
Quanto à acessibilidade marítima, Jardim observa que se faz necessário “o mais breve possível” o início dos estudos para se realizar a concessão do Canal de Acesso do Porto de Santos, em igual metodologia desenvolvida em Paranaguá, no Paraná, concorrente direto pela carga do agronegócio no Sul/Sudeste.
Quanto aos terminais, Jardim recorda que, na última década, um grande volume de investimento foi executado no Porto de Santos, como na ADM do Brasil e no Terminal XXXIX. “E que seguem com a Cofco e Terminal Exportador de Santos (TES), na Margem Direita, e Terminal Exportador do Guarujá (TEG) e Terminal Exportador de Açúcar do Guarujá (Teag), na Margem Esquerda”.
Fonte: A Tribuna
Clique aqui para ler o texto original: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/soja-tenta-driblar-clima-e-busca-por-mais-crescimento-para-o-porto-de-santos
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