SP destrava principal obra da hidrovia Tietê-Paraná
mar, 20, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202314
O governo paulista assinou, nesta sexta-feira (17), o contrato para retomar as obras de ampliação do canal de Nova Avanhandava, próximo à cidade de Buritama (SP). Hoje, o trecho é o principal gargalo da hidrovia Tietê-Paraná, que teve suas operações paralisadas por conta da seca no Estado entre 2014 e 2016, e depois novamente em 2021 e 2022.
A ideia é aprofundar o canal, em um trecho de 16 km de extensão, para garantir um mínimo de 3,5 metros de profundidade. Isso permitirá a navegação e o escoamento de cargas, mesmo em períodos de estiagem, segundo a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende. Hoje, a profundidade do canal oscila muito a depender do nível de chuvas. Porém, em épocas de seca, esse patamar cai para 2 metros, 1 metro ou mesmo a zero – cenário que será evitado a partir da obra.
Trata-se de uma intervenção complexa, que demandará explosões subaquáticas para romper as rochas no fundo do rio, em um volume de 550 mil m3, equivalente a 60 piscinas olímpicas.
O Estado tenta fazer a obra desde 2014, quando foi lançada a primeira licitação. O edital acabou suspenso após uma série de questionamentos dos licitantes. O projeto foi então revisto e, em 2017, deu origem a um contrato com o consórcio formado pelas construtoras Queiroz Galvão e Cetenco. Porém, diante de atrasos, o Estado rescindiu o acordo em meados de 2019.
Em 2022, o governo realizou uma nova licitação, na qual saiu vencedor um consórcio formado pelas empresas de engenharia DP Barros, Brawu Ambiental e O’Martin. O grupo cobrou R$ 294 milhões pela obra, que receberá recursos federais, por meio de um convênio firmado com a União.
O resultado da concorrência já havia se dado em outubro de 2022, porém, a assinatura do contrato atrasou porque o segundo colocado na disputa, a Enterpa Engenharia, entrou com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU). O pedido de cautelar, no entanto, foi negado – o acórdão foi publicado no início deste mês.
Agora, a partir da assinatura do contrato, o consórcio terá um prazo de 30 dias para apresentar seu plano de trabalho e, uma vez que este for aprovado, se iniciam as obras. A intervenção completa deverá durar 36 meses.
A Hidrovia Tietê-Paraná, cruza seis Estados – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná – e é uma importante rota de escoamento da produção agrícola. Em 2020 (último ano completo não afetado por interrupções da operação), foram transportadas na via 2 milhões de toneladas de carga, principalmente soja, farelo de soja e cana de açúcar.
A obra de Nova Avanhandava é a principal intervenção na hidrovia, porém, o governo também estuda outras ações para melhorar o fluxo, explica a secretária. “Estamos conversando com as concessionárias de rodovias [que cruzam a hidrovia para aumentar o vão entre os pilares de algumas pontes, que hoje têm 30 metros. A partir do momento em que aumenta esse vão, conseguimos um transporte mais célere, porque facilita a passagem dos comboios”, diz ela.
A iniciativa faz parte do plano estadual de equilibrar sua matriz de transportes, que hoje depende em 79% das rodovias. Resende destaca a vantagem das hidrovias sob o ponto de vista ambiental: com um litro de combustível, o transporte rodoviário percorre 25 km, enquanto, por hidrovia, chega-se a 220 km.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/03/17/sp-destrava-principal-obra-da-hidrovia-tiete-parana.ghtml
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