STS10
Portos e Terminais

Superintendência do Cade vê eventuais problemas em leilão de terminal no Porto de Santos

jun, 30, 2022 Postado porGabriel Malheiros

Semana202226

A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) publicou nesta quarta-feira (29) uma nota técnica que identifica eventuais problemas de concentração de mercado no planejado leilão de um terminal de contêineres no Porto de Santos que pode reforçar verticalização dos grupos internacionais Maersk e MSC no país.

A área, STS-10, é conhecida como “Cais do Saboó” e possui cerca de 600 mil metros quadrados contíguos à área ocupada pela BTP Santos, joint venture de movimentação de contêineres controlada por Maersk e MSC, segundo a nota técnica publicada pelo Cade.

Segundo a nota técnica, caso a BTP Santos vença o leilão, sua capacidade de movimentação passará de 2 milhões para 4,32 milhões de TEUs por ano, “permitindo que suas acionistas, Maersk e MSC, possam ampliar a movimentação de suas cargas em terminal próprio, o que atualmente não é integralmente possível em razão da falta de capacidade ociosa do [terminal] BTP Santos”.

Veja abaixo os dez países-origem que mais enviaram contêineres ao Porto de Santos em 2022. Os dados abaixo são do DataLiner.

Importação de contêineres por país | Porto de Santos | Janeiro de 2022 – abril de 2022

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Maersk e MSC são as duas únicas armadoras verticalizadas com serviços de terminais portuários no Brasil, segundo a nota técnica da autarquia elaborada para auxiliar a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) a formatar o leilão. A MSC detém participação nos terminais de contêineres Multi-Rio (RJ), Portonave (SC), Terminal de Vila Velha (ES); já a Maersk detém fatias nos terminais de contêineres APMT Pecém (CE), APMT Itajaí (SC) e Itapoá (SC).

Segundo a ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários), a presença de armadores, empresas que atuam no transporte de contêineres, em leilões como o do STS-10 pode atingir o valor dos fretes.

“A participação indiscriminada e sem regulamentação de grandes empresas do mercado de transporte marítimo de contêineres nos processos licitatórios pode gerar aumentos nos preços dos fretes a longo prazo e diminuir as rotas de escoamento da carga brasileira”, afirmou o presidente ABTP, Jesualdo Silva, em comunicado.

Fonte: Folha de S. Paulo

Para ler o artigo original completo, acesse: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/06/superintendencia-do-cade-ve-eventuais-problemas-em-leilao-de-terminal-no-porto-de-santos.shtml

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