Argentina carne de boi - Argentina beef
Carnes

Supermercados europeus boicotam carne brasileira após denúncia de ‘lavagem de gado’

dez, 16, 2021 Postado porSylvia Schandert

Semana202148

Cinco redes europeias de supermercados e uma fabricante de alimentos comunicaram, no último dia 15, que não vão mais vender carne bovina com origem no Brasil ou produtos de carne ligados à empresa brasileira JBS por causa de recentes denúncias de destruição da Floresta Amazônica.

As seis redes são o grupo holandês Ahold Delhaize (que inclui as marcas Delhaize e Albert Heijn), a também holandesa Lidl Netherlands (que pertence ao grupo alemão Lidl), a belga Carrefour Belgium (subsidiária do grupo francês de mesmo nome), a francesa Auchan e as britânicas Sainsbury’s e Princes Group.

Os compromissos assumidos variam de uma empresa para a outra. A Lidl se comprometeu a não vender mais carne com origem na América do Sul a partir de 2022. A Albert Heijn, maior rede de supermercados da Holanda, comunicou que vai parar de vender carne brasileira. Já a Delhaize e a Carrefour Belgium não vão mais vender salgadinhos de charque e outros produtos da marca Jack Link’s, associada à JBS.

A Albert Heijn esclareceu que tem em suas prateleiras apenas alguns poucos salgadinhos feitos com carne brasileira. A Sainsbury’s afirmou que pretende eliminar a carne do país da sua marca própria de corned-beef, mas acrescentou que 90% do produto já vêm do Reino Unido e da Irlanda.

‘Lavagem de gado’

Os boicotes foram anunciados depois de uma investigação das ONGs Repórter Brasil e Mighty Earth acusar a JBS de adquirir reses criadas em áreas desmatadas, dentro de um esquema conhecido como “lavagem de gado”.

Neste esquema, o gado criado em áreas desmatadas é transferido para uma fazenda regularizada e depois vendido para o abate. Dessa forma, a origem dele é mascarada.

JBS promete tolerância zero

JBS declarou à agência de notícias Reuters que mantém tolerância zero com o desmatamento ilegal e que bloqueou mais de 14 mil fornecedores por descumprirem suas normas. A empresa acrescentou que monitorar fornecedores indiretos (que fornecem ao fornecedor final) é um desafio para todo o setor, mas que pretende criar um sistema para isso até 2025.

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