Suzano vai manter estratégia de crescer no exterior, diz novo CEO
ago, 12, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202432
A Suzano seguirá buscando a internacionalização de suas operações, em um movimento que atende sobretudo à estratégia de avançar na cadeia de valor em meio às oportunidades hoje limitadas de crescimento no mercado brasileiro, dado o tamanho que a companhia assumiu, disse ao Valor o novo presidente, Beto Abreu. O executivo está no comando da maior produtora de celulose do mundo desde 1º de julho, em substituição a Walter Schalka, que foi para o conselho de administração.
Depois de registrar um segundo trimestre “muito forte” em termos de resultados, conforme o executivo, a companhia vai se beneficiar da geração de caixa adicional com o início de operação da unidade Cerrado, em Mato Grosso do Sul, e terá condições de acelerar essa estratégia. “A companhia passa a ter 20% a mais em volume e menos desembolsos com investimentos, o que permite um novo ciclo de crescimento.”
Antes mesmo do início de operação de Cerrado, uma fábrica de 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose, a Suzano foi às compras no mercado internacional e deu início ao processo de desalavancagem financeira, que subiu com o investimento de R$ 22,2 bilhões no projeto. De acordo com o novo presidente, a companhia tem uma estratégia “clara” em relação a avenidas de crescimento e, com Cerrado, mantém posição de relevância em fibra curta, responsável por um terço do mercado global.
O plano é manter essa posição no longo prazo, mas também avançar na cadeia de valor. “A internacionalização é uma forma importante de fazer isso, visto que já não tem tanta oportunidade assim no mercado brasileiro”, explicou. “Queremos dar continuidade a essa estratégia, que é robusta, observando as premissas de geração de valor, retorno adequado e busca por ativos em que seja possível mostrar diferenciais competitivos, que possam ser escalados”.
Conforme o executivo, a aquisição recente de duas fábricas da americana Pactiv Evergreen, por US$ 110 milhões, permite testar aquele mercado e a Suzano seguirá avaliando oportunidades. Já com a compra de 15% da Lenzing, afirmou o vice-presidente financeiro, relações com investidores e jurídico, Marcelo Bacci, a Suzano entra no setor têxtil e mostra que vai se posicionar em produtos de maior valor agregado, e não só na ponta inicial, a celulose solúvel, neste caso.
Além de permitir a aceleração da estratégia de internacionalização, a entrada em operação de Cerrado deve dar ritmo à desalavancagem financeira da companhia ao longo do segundo semestre. “Foi um trimestre muito forte, fruto da melhoria de preços da celulose, com demanda bastante robusta na Europa e nos Estados Unidos, e alguns desafios na China”, afirmou Abreu. No intervalo, a companhia vendeu 2,5 milhões de toneladas da fibra de eucalipto, 6% acima do volume vendido nos três primeiros meses do ano e crescimento de 1% na comparação anual.
“Não houve alteração dos estoques. A Suzano vendeu basicamente tudo o que produziu”, afirmou Bacci. Segundo ele, a companhia não pretende alterar a estratégia de proteção do fluxo de caixa (hedge), que adotou já há alguns anos, em função de oscilações pontuais nos resultados, sem efeito caixa, como as vistas no segundo trimestre. No intervalo, apesar do forte desempenho operacional, a Suzano teve prejuízo líquido de R$ 3,7 bilhões, por causa do impacto do câmbio na dívida e na marcação a mercado de derivativos.
Por outro lado, a oferta adicional de celulose já deu início a um processo de correção dos preços, que ao fim do ano devem ser menores do que os vistos no segundo trimestre. “A correção de preços já está acontecendo, mas do ponto de vista estrutural, quando olhamos Estados Unidos e Europa, a demanda é consistente”, afirmou Abreu. Para ele, “é cedo para falar em recessão nos EUA”. Na China, maior consumidor de celulose do mundo, o governo busca crescimento de 5% no ano. “Não vemos queda de demanda estrutural”.
Fonte: Valor Econômico
Clique aqui para ler o texto original: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/08/09/suzano-vai-manter-estrategia-de-crescer-no-exterior-diz-novo-ceo.ghtml
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