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Syngenta vai exportar soja e milho para a China
jan, 21, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202103
A Syngenta vai exportar diretamente para a China uma parte da soja e do milho que recebe de produtores brasileiros via operações de barter, mecanismo pelo qual negocia sementes e defensivos em troca de grãos na colheita. A companhia já exporta café e algodão neste mesmo modelo, apelidado de “trading de butique”, pela plataforma Nutrade.
No caso da soja, as primeiras cargas devem sair do Brasil entre abril e maio, segundo Dong Guo, diretor global da iniciativa Cadeia de Valor Agrícola. André Savino, diretor de marketing para a Syngenta Brasil, diz que não há competição com as tradings. “As operações compreendem apenas grãos referentes às tecnologias que fornecemos”, afirma.
A empresa não abre os volumes que espera alcançar, argumentando que dependerão do interesse dos produtores. Mas um terço das vendas no Brasil em 2019, de cerca de US$ 1 bilhão, teve como origem o barter.
Confira no gráfico abaixo o histórico das exportações brasileiras de milho e soja para a China:
Exportação Brasileira de Soja (HS 1201) e Milho (HS 1005) para a China | Jan 2017 a Nov 2020 | WTMT
A prioridade dada à China neste momento se deve ao potencial de demanda e à proximidade com o mercado chinês – a Syngenta foi adquirida pela ChemChina em 2017. A empresa já tem um acordo de fornecimento com a Sinograin, que compra grãos para os estoques públicos do país asiático, e vai suprir esmagadoras de soja locais. A ideia também é abrir mais espaço para o café brasileiro no país. Hoje a multinacional envia a commodity principalmente aos Estados Unidos e à Europa. Já o algodão se destina à região da Ásia e Oceania.
Para o milho, o potencial é incerto, já que o Brasil ainda discute com os chineses ajustes no protocolo fitossanitário de exportação. Mas Dong Guo é otimista, lembrando da necessidade da China do cereal para recompor o rebanho local, dizimado pela gripe suína africana.
A Syngenta espera firmar parcerias com tradings e operadores logísticos no Brasil para movimentar os grãos a serem exportados. “Como uma empresa de insumos agrícolas, nossa prioridade não é investir em instalações de comércio agrícola”, afirma Dong Guo.
Fonte: Estadão
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