Trocas com a Argentina dão sinais de melhora
jun, 29, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202325
As trocas comerciais com a Argentina dão sinais de melhora. Nos primeiros cinco meses, as relações comerciais entre os dois países chegou a 12,5 bilhões. O Brasil exportou US$ 7,5 bilhões e importou US$ 5 bilhões, de acordo com o portal Comexstat do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. O resultado é levemente inferior ao do ano recorde da década: em 2013, as exportações nos cinco primeiros meses do ano foram de US$ 7,7 bilhões e as importações de US$ 7,3 bilhões.
O saldo comercial de janeiro a maio é positivo para o Brasil em US$ 2,4 bilhões. As vendas para o país vizinho cresceram 26,9% na comparação com janeiro a maio de 2022. Já as importações aumentaram 4% ante o mesmo período do ano passado. A corrente de negócios somou US$ 12,5 bilhões com crescimento de 16,6% em relação a janeiro a maior de 2022.
O gráfico a seguir apresenta as exportações mensais de cargas conteinerizadas do Brasil para a Argentina, bem como a quantidade de TEUs que completam o trajeto após sair dos portos marítimos argentinos. Os dados abaixo foram coletados usando o serviço de inteligência de comércio exterior DataLiner da Datamar.
Comércio de Contêineres Brasil-Argentina | Jan 2019 – Abr 2023 | TEU
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Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O destaque nas relações comerciais entre os dois países este ano é a soja. A exportação brasileira da commodity aumentou a sua participação na pauta de exportações brasileiras para a Argentina para 13% e superou o setor automotivo. As vendas ante os mesmo período de 2022 cresceram 845% e somaram US$ 1,01 bilhão.
A explicação está na quebra da safra de soja da Argentina e na necessidade do país, que é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja, de matéria-prima para cumprir os contratos de venda para o exterior.
No melhor ano da série histórica, em 2013, o comércio Brasil-Argentina atingiu US$ 36,1 bilhões. O desempenho nunca mais se repetiu. O fundo do poço foi em 2020 com apenas US$ 16,4 bilhões por causa da covid-19.
A balança comercial favoreceu a Argentina novamente em 2021 quando exportação e importação empataram em quase US$ 12 bilhões, com diferença desfavorável ao Brasil de US$ 70 milhões. Em 2022, foram US$ 15,3 bilhões em exportações e US$ US$ 13,1 bilhões em importações, quase encostando no padrão de US$ 30 bilhões anuais.
A ideia de criar mecanismo via Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para auxiliar no comércio entre os dois países ainda não ganhou forma, segundo especialistas, enquanto os exportadores brasileiros adotam a estratégia de fôlego para receber o pagamento das vendas por causa das medidas do governo argentino para evitar a fuga de dólares do país.
“É uma relação em declínio. Existe um movimento duplo que explica: a situação econômica da Argentina e o processo de desindustrialização do Brasil com foco na atividade primária”, afirma Leonardo Paz, pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV NPII).
“Estamos muito aquém do que era. Não só pelas restrições impostas, mas pela crise econômica que reduziu o mercado”, diz Antonio Sérgio, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Um olhar mais longo no tempo, mostra que a Argentina tinha mercado para 1 milhão de veículos brasileiros por ano, em 2013. Agora, é de 400 mil.
De janeiro a maio deste ano, segundo o Comexstat, a exportação de partes de acessórios dos veículos cresceu 10% e o de veículos automóveis de passageiros 9,8% ante os cinco primeiros meses de 2022 e somaram US$ 1,5 bilhão. As importações argentinas de veículos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais subiram 18% em cinco meses e da de veículos automóveis de passageiros cresceram outros 17% e na soma atingiram US$ 1,7 bilhão.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original, acesse: https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/comercio-exterior/noticia/2023/06/29/trocas-com-a-argentina-dao-sinais-de-melhora.ghtml
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