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Trump iniciou outra guerra comercial; veja como chegamos até aqui

mar, 28, 2025 Postado porDenise Vilera

Semana202513

Tarifas estão muito ameaçadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mergulharam o país em uma guerra comercial global, enquanto novas taxas, entre idas e vindas, continuam a ampliar a incerteza.

Trump não é novato no uso de tarifas. Ele começou uma guerra comercial em seu primeiro mandato, mirando especialmente a China ao impor taxas sobre produtos dos EUA que iam de frutas a veículos importados. Trump também usou a ameaça de novas tarifas para forçar o Canadá e o México a renegociar o acordo comercial norte-americano, resultando no Acordo EUA-México-Canadá em 2020.

Tarifas há muito ameaçadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mergulharam o país em uma guerra comercial global, enquanto novas taxas, entre idas e vindas, continuam a ampliar a incerteza.

Trump não é novato no uso de tarifas. Ele começou uma guerra comercial em seu primeiro mandato, mirando especialmente a China ao impor taxas sobre a maior parte de seus produtos. Pequim reagiu com suas próprias tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA que iam de frutas a veículos importados. Trump também usou a ameaça de novas tarifas para forçar o Canadá e o México a renegociar o acordo comercial norte-americano, resultando no Acordo EUA-México-Canadá em 2020.

Quando o presidente Joe Biden assumiu, ele preservou a maioria das tarifas que Trump havia imposto anteriormente contra a China, além de impor algumas novas restrições – mas seu governo alegou adotar uma abordagem mais direcionada.

Avançando para o presente, economistas alertam que as novas tarifas abrangentes de Trump poderão ter consequências maiores para as empresas e economias ao redor do mundo – que preços mais altos provavelmente acabarão pesando no bolso dos consumidores americanos. Além disso, um clima de incerteza foi criado em razão das ameaças tarifárias e retaliações de Trump, incluindo alguns impostos recentemente adiados sobre produtos dos maiores parceiros comerciais dos EUA.

Eis uma linha do tempo de como chegamos até aqui:

20 de janeiro

Trump toma posse. Em seu discurso, ele mais uma vez promete “tarifar e taxar países estrangeiros para enriquecer nossos cidadãos”. E ele reitera os planos para criar uma agência chamada External Revenue Service, que ainda não foi estabelecida.

Em seu primeiro dia no cargo, Trump também diz esperar impor tarifas de 25% sobre o Canadá e o México começando em 1o de fevereiro, mas se recusa a detalhar imediatamente os planos para taxar as importações chinesas.

26 de janeiro

Trump ameaça tarifas de 25% sobre todas as importações da Colômbia e outras medidas retaliatórias, depois que o presidente Gustavo Petro rejeitou duas aeronaves militares dos EUA que transportavam migrantes para o país, acusando Trump de não tratar os imigrantes com dignidade durante a deportação.

Em resposta, Petro também anuncia um aumento retaliatório de 25% nas tarifas colombianas sobre produtos dos EUA. Mas posteriormente a Colômbia reverte sua decisão e aceita os voos que transportava os migrantes. Os dois países logo sinalizaram uma interrupção na disputa comercial.

1.º de fevereiro

Trump assina uma ordem executiva para impor tarifas sobre as importações do México, Canadá e China – 10% sobre todas as importações da China e 25% sobre as importações do México e Canadá, começando em 4 de fevereiro. Trump recorreu a essa medida ao declarar uma emergência nacional, supostamente devido à imigração irregular e ao tráfico de drogas. As tarifas sobre o Canadá e o México ameaçam desestabilizar o próprio Acordo EUA-México-Canadá de Trump, que permitia a livre circulação de muitos produtos na América do Norte.

A decisão rapidamente provoca indignação nos três países, com promessas de medidas retaliatórias.

3 de fevereiro

Trump concorda com uma pausa de 30 dias em suas ameaças de tarifas contra o México e o Canadá, com os dois parceiros comerciais adotando medidas para apaziguar as preocupações de Trump com a segurança na fronteira e o tráfico de drogas.

4 de fevereiro

As novas tarifas de 10% sobre todas as exportações chinesas para os EUA continuam em vigor. A China responde no mesmo dia, anunciando uma série de contramedidas, incluindo novas e abrangentes tarifas sobre diversos produtos americanos e uma investigação antimonopólio contra o Google.

As tarifas de 15% da China sobre o carvão e produtos de gás natural liquefeito (GNL), e uma taxa de 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas e carros com motores de grande porte importados dos EUA entram em vigor em 10 de fevereiro.

10 de fevereiro

Trump anuncia planos para aumentar as tarifas sobre o aço e o alumínio. Ele remove as isenções de suas tarifas de 2018 sobre o aço, o que significa que todas as importações de aço serão taxadas em no mínimo 25%, e também aumenta suas tarifas de 2018 sobre o alumínio de 10% para 25%, para entrar em vigor em 12 de março.

13 de fevereiro

Trump anuncia um plano para tarifas “recíprocas”, prometendo aumentar as tarifas dos EUA para corresponder às taxas que outros países cobram sobre as importações “para fins de justiça”. Economistas alertam que as tarifas recíprocas, que podem anular décadas de política comercial, poderão criar um caos para as empresas globais.

Além de China, Canadá e México, ele sinaliza que outros países, como a Índia, não serão poupados de tarifas maiores. E nas semanas seguintes Trump sugere que os países europeus poderão enfrentar uma tarifa de 25% como parte desses esforços.

25 de fevereiro

Trump assina uma ordem executiva instruindo o Departamento do Comércio a considerar se uma tarifa sobre o cobre importado é necessária para proteger a segurança nacional. Ele cita o uso do material na defesa, infraestrutura e tecnologias emergentes dos EUA.

1.º de março

Trump assina outra ordem executiva em que instrui o Departamento de Comércio a avaliar se tarifas sobre madeira bruta e madeira tratada também são necessárias para proteger a segurança nacional, com o argumento de que o setor da construção e as forças armadas dependem de uma grande oferta de produtos de madeira nos EUA.

4 de março

Entram em vigor as tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, mas Trump limita a taxa sobre energia canadense a 10%. Ele também dobra as tarifas sobre todas as importações chinesas, para 20%.

Todos os três países prometem medidas retaliatórias. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anuncia tarifas sobre produtos americanos equivalentes a mais de US$ 100 bilhões ao longo de 21 dias. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, diz que seu país responderá com tarifas retaliatórias sobre importações dos EUA, sem especificar de imediato que produtos serão afetados, o que leva a esperanças de que haja uma redução da tensão.

Enquanto isso, a China impõe tarifas de até 15% sobre uma ampla gama de exportações agrícolas importantes dos EUA. Também expande o número de empresas americanas sujeitas a controles de exportação e outras restrições em cerca de duas dúzias.

5 de março

Trump concede uma isenção de um mês em suas novas tarifas que incidem sobre produtos do México e do Canadá para montadoras de automóveis dos EUA. A pausa foi anunciada depois que ele conversou com dirigentes das “3 grandes” do setor – Ford, General Motors e Stellantis.

6 de março

Em nova extensão mais ampla, Trump adia por um mês a vigência das tarifas de 25% sobre muitas importações do México e algumas do Canadá. Mas ele ainda planeja impor tarifas “recíprocas” a partir de 2 de abril.

Trump reconhece que Sheinbaum fez progressos em garantir a segurança da fronteira e conter o contrabando de drogas e aponta isso como um motivo para voltar a pausar a aplicação das tarifas – e a presidente mexicana escreve em um post no X que ela e Trump conversaram “em um telefonema excelente e respeitoso, no qual concordamos que nosso trabalho e nossa colaboração produziram resultados sem precedentes”.

As ações de Trump também levam a uma certa distensão nas relações com o Canadá, embora a indignação e a incerteza a respeito da guerra comercial continuem. Mesmo assim, depois das tarifas retaliatórias iniciais sobre produtos americanos no equivalente a 30 bilhões de dólares canadenses (US$ 21 bilhões), o governo anuncia a suspensão de sua segunda onda de tarifas retaliatórias, no valor de 125 bilhões de dólares canadenses (US$ 87 bilhões).

10 de março

Em retaliação às tarifas de Trump, a China impõe tarifas adicionais de 15% sobre produtos agropecuários americanos importantes, como soja, frango e carne suína e bovina. A intensificação das tensões comerciais leva a uma queda no preço das ações na segunda-feira, por conta das preocupações dos investidores sobre o risco de que as guerras comerciais de Trump provoquem sofrimento à economia americana.

As tarifas chinesas eram uma resposta à decisão de Trump de dobrar a tarifa sobre as importações da China para 20%, em 4 de março. O Ministério do Comércio da China informara mais cedo que os produtos que já estavam em trânsito ficariam isentos das tarifas retaliatórias até 12 de abril.

12 de março

Trump eleva as tarifas sobre todas as importações de aço e alumínio para 25%, com a remoção de isenções das tarifas sobre os metais que impusera em 2018 e o aumento das tarifas sobre o alumínio, que eram de 10%.

A União Europeia toma medidas comerciais retaliatórias e promete novas tarifas de importação sobre produtos industriais e agrícolas dos EUA. As medidas afetarão produtos americanos no valor de cerca de 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões), e não cobrirão apenas aço e alumínio, mas também têxteis, eletrodomésticos e produtos agrícolas. Motocicletas, uísque bourbon, manteiga de amendoim e jeans serão taxados, como foram durante o primeiro mandato de Trump. Mais tarde, o bloco de 27 membros anuncia que adiará essa ação retaliatória até o meio de abril.

13 de março

Trump ameaça impor uma tarifa de 200% sobre vinhos, champanhes e destilados europeus se a União Europeia seguir adiante com o plano de aplicar uma tarifa de 50% sobre o uísque americano.

O imposto de importação europeu, que foi anunciado como resposta às tarifas do governo dos EUA sobre o aço e o alumínio, deve entrar em vigor em 1º de abril, pouco antes das tarifas recíprocas separadas que Trump pretende aplicar à UE.

24 de março

Trump diz que aplicará uma tarifa de 25% sobre todas as importações de qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela, além de impor novas tarifas àquele país sul-americano a partir de 2 de abril.

É muito provável que essas tarifas se somem àquelas com as quais a China já se defronta diretamente: de acordo com a Administração de Informações de Energia dos EUA, em 2023 a China comprou 68% do petróleo exportado pela Venezuela. Mas vários países também recebem petróleo da Venezuela, inclusive os próprios Estados Unidos

Fonte: Valor

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