Tupras da Turquia importa primeira carga de petróleo brasileiro, mostram dados

A maior refinaria de petróleo da Turquia, Tupras, deve receber uma carga de petróleo Itapu no início do próximo mês, sua primeira compra desse tipo do Brasil, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto e dados de rastreamento de navios.

A Tupras disse no mês passado que havia parado de comprar petróleo russo depois que os Estados Unidos anunciaram novas sanções à indústria petrolífera da Rússia em 10 de janeiro.

A carga de petróleo Itapu, cerca de 1 milhão de barris, foi carregada no navio-tanque Suezmax João Candido em 12 de março, de acordo com dados de rastreamento da Kpler e da LSEG.

Está programado para chegar ao porto de Izmit, na Turquia, onde a Tupras opera uma refinaria de petróleo com capacidade de 225.800 barris por dia, em 3-4 de abril, mostram os dados.

A Tupras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters, que chegou no final do expediente comercial turco na sexta-feira, sobre o motivo da compra.

A Petrobras do Brasil confirmou à Reuters que vendeu a carga.

A Petrobras “continua a desenvolver novos mercados para garantir o escoamento da crescente produção de petróleo brasileiro para destinos lucrativos”, disse o comunicado da empresa.

Os dados de transporte da Kpler, que remontam a 2013, mostram que nenhuma das duas refinarias da Tupras, uma em Izmit e outra em Izmir, havia recebido anteriormente petróleo brasileiro.

Itapu é um petróleo médio-doce com uma gravidade API de 29,3 e um teor de enxofre de 0,253%, de acordo com dados vistos pela Reuters. O Urals da Rússia é médio-azedo, o que significa que tem uma densidade semelhante à de Itapu, em torno de 31,7 API, mas é mais sulforoso, com 1,7%, de acordo com dados fornecidos pela S&P Global Commodity Insights.

A Tupras se tornou um dos maiores importadores de petróleo russo desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022, recebendo cerca de 305.000 bpd do tipo em 2024, segundo a Kpler.

Itapu está mais próximo em qualidade de outros tipos médio-doces que a Tupras compra ocasionalmente, como o Forcados da Nigéria, disse um comerciante de petróleo do Mediterrâneo.

Reportagem de Robert Harvey em Londres; edição de Barbara Lewis e Mark Potter

Fonte: Reuters

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