UE adiciona transporte marítimo ao mercado de carbono

A União Europeia concordou em adicionar o transporte marítimo ao seu mercado de carbono pela primeira vez, forçando os cargueiros a pagar por suas emissões de gases-estufa e aumentando a pressão sobre o setor marítimo para investir em tecnologias mais sustentáveis.

O setor de navegação até agora escapou do mercado de carbono da UE, que exige que fábricas e usinas de energia adquiram licenças para emitir dióxido de carbono, fornecendo um incentivo financeiro para reduzir emissões.

Isso deve mudar a partir de 2024, quando as companhias de navegação terão que comprar licenças de carbono da UE referentes a 40% de suas emissões, subindo para 70% em 2025 e 100% em 2026.

“Isso não apenas ajudará o clima, mas também melhorará a poluição do ar nas cidades próximas aos rios e à costa”, disse Peter Liese, principal legislador da UE neste tema, em 30 de novembro.

O acordo, acertado na noite de terça-feira por legisladores e negociadores do bloco de 27 países, adiciona ao mercado de carbono todas as emissões de dióxido de carbono, metano e dióxido de nitrogênio emitidos a partir de viagens marítimas dentro da UE.

Também inclui 50% das emissões de viagens internacionais começando e terminando na UE, reprimindo a poluição entre as fronteiras dos países que muitas vezes fica de fora das políticas nacionais de redução de emissões dos governos nacionais.

O eurodeputado disse que a nova legislação encorajaria os armadores e operadores a investir nas melhores tecnologias disponíveis, como combustíveis menos poluentes. Todas as partes do acordo também concordaram em dedicar as receitas da venda de 20 milhões de licenças de carbono da UE para financiar projetos de redução de emissões marítimas.

O transporte marítimo é visto como um dos setores mais difíceis de descarbonizar, com grupos da indústria citando a falta de tecnologias comercialmente viáveis.

Com cerca de 90% do comércio mundial transportado por mar, o transporte marítimo é responsável por quase 3% das emissões mundiais de CO2, embora essa parcela deva aumentar nas próximas décadas se não for controlada.

O acordo de transporte marítimo faz parte de um quadro maior de reformulação do mercado de carbono da UE – uma das várias políticas que a UE está atualizando para cumprir sua meta de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em 55% até 2030 em relação aos níveis de 1990.

Os negociadores da UE tentarão chegar a um acordo sobre o restante do mercado de carbono até 17 de dezembro e, então, aprovar formalmente a lei.

Fonte: Reuters

Para ler o artigo orignal, acesse: https://www.reuters.com/business/cop/eu-strikes-deal-make-ships-pay-their-carbon-emissions-2022-11-30/

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