Usinas brasileiras já venderam mais de 20 milhões de toneladas de açúcar da safra 2021/22
jan, 12, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202102
A dois meses e meio para o início da safra sucroalcooleira 2021/22, em abril, as usinas brasileiras já estão com uma fatia recorde da exportação de açúcar estimada para a
temporada com preços fixados no mercado futuro. E os preços médios estão em níveis mais elevados do que um ano atrás, o que favorece mais um ciclo de crescimento da
receita com os embarques da commodity.
Levantamento realizado pela Archer Consulting aponta que, até 31 de dezembro, 17,25 milhões de toneladas de açúcar estavam com preço de exportação fixadas para embarques de abril de 2021 a março de 2022. Um ano atrás, o volume da safra seguinte com valor fechado era menos da metade, 6,8 milhões de toneladas. As fixações de preço são feitas pelas usinas no mercado futuro de açúcar e de câmbio por meio de tradings, não com compradores finais.
Considerando a estimativa de exportação da consultoria para 2020/21, o Brasil já tem 69% dos embarques da próxima temporada acertados, enquanto um ano atrás o volume fixado antecipadamente representava 35% – dentro da média das safras anteriores. A fatia das exportações da próxima safra que já estão com preço garantido é a maior da série histórica da consultoria, que começou em 2012/13.
Por sua vez, a trading inglesa Czarnikow estima que o volume de açúcar com preço definido para a próxima safra seja até maior, entre 20 milhões e 21,5 milhões de toneladas, o que corresponde a 75% a 80% de sua estimativa de exportação. Esses volumes estão próximos de patamares totais de embarque do Brasil em períodos recentes. Na safra 2019/20, por exemplo, o país exportou 19 milhões de toneladas.
No ano civil de 2020, a exportação de açúcar até novembro rendeu ao país US$ 7,9 bilhões, o que correspondeu a 4% de todos os embarques brasileiros no ano. Em 2019,a fatia foi de 2%.
E o ritmo de comprometimento do açúcar com exportações para 2021/22 só não está mais forte porque muitas usinas têm segurado as operações para verificar se as chuvas do verão ajudam a recuperar os danos que a seca do ano passado causou aos canaviais.
Segundo um executivo de uma companhia de capital estrangeiro, será preciso esperar até março ou abril para verificar se as chuvas se normalizam e recuperam o potencial produtivo da cana. Além disso, afirma, esse reequilíbrio das lavouras pode amenizar os efeitos que contribuem para a alta das cotações.
Fonte: Valor Econômico
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