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Valores do frete marítimo caem pela metade em relação a 2022

jun, 30, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202325

Quase dois anos de pandemia mudaram o patamar dos valores do frete marítimo internacional. No auge da paralisação das economias para enfrentar a proliferação do vírus, o valor do frete por contêiner superou US$ 13 mil, com gargalos em várias cadeias, fechamento de portos e a redução da disponibilidade de espaço nos navios. Os efeitos perduraram além de 2021. Em julho do ano passado, o custo médio do frete alcançou US$ 6.500. Neste ano, as pressões arrefeceram: o valor do frete está em cerca de US$ 3 mil, mas o preço no segundo semestre e em 2024 deverá continuar acima dos valores pré-pandemia. No próximo ano, poderá oscilar entre US$ 3 mil a US$ 5 mil, estima a Asia Shipping, empresa de logística internacional.

Uma das razões de pressão sobre o preço está nos investimentos que os armadores estão promovendo para renovação de navios e em combustíveis mais sustentáveis até 2030. As emissões do setor de transporte marítimo respondem por cerca de 2% das emissões totais, segundo Organização Marítima Internacional (IMO).

A União Europeia tem criado regulações para pressionar as empresas a acelerar investimentos na área. “Isso cria impactos que elevam custos e podem ser repassados para os clientes”, diz Rafael Dantas, diretor de vendas da Asia Shipping. Hoje os cinco maiores armadores representam 70% da movimentação de cargas no mundo. Essa concentração também facilitaria o repasse dos preços.

Além dos custos de armadores, o frete marítimo é composto por outras variáveis como: câmbio, sobretaxa de combustível, congestionamento e adicional de porto. Os portos respondem por mais de 90% dos produtos enviados ao comércio exterior. Há uma série de gargalos, seja na chegada dos produtos aos terminais, seja na eficiência dos portos. Segundo o Plano Nacional de Logística (PNL) 2035, do Ministério da Infraestrutura, a atual matriz de transportes brasileira é altamente dependente do transporte rodoviário (66,21%).

Para tentar equilibrá-la, o PNL estima um crescimento de 193% do transporte ferroviário e participação deste modal em 35%. Porém, a cabotagem deve representar apenas 9,3%. Problemas de infraestrutura viária, falta de terminais de transbordo e barreiras burocráticas são os principais obstáculos regulatórios ao transporte multimodal no Brasil, de acordo com um estudo realizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca a ineficiência dos portos brasileiros para manuseio e embarque de cargas como um dos gargalos dos industriais.

“Os gargalos atraem capital ao setor”, diz o sócio da Una Partners, Daniel Keller. Estudo da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) aponta que o sistema portuário deveria passar por modernização também. No documento, cita-se por exemplo o caso do Porto de Porto Velho (RO), que herdou equipamentos da década de 1970 do Porto de Santos, que continuam os mesmos até hoje.

Fonte: Valor Econômico

Para ler a matéria original, acesse: https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/comercio-exterior/noticia/2023/06/29/valores-do-frete-maritimo-caem-pela-metade-em-relacao-a-2022.ghtml

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