Vibra mantém importações de combustíveis apesar de alta do petróleo
mar, 24, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202212
A Vibra Energia, ex-BR Distribuidora, tem conseguido manter as importações de combustíveis mesmo com os preços altos e com o mercado internacional mais apertado como resultado da guerra na Ucrânia. “Não temos tido nenhum problema de importação”, disse, no último dia 23, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., em conferência com analistas.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Vibra, André Natal, a empresa não teve nenhum cancelamento de cargas até o momento devido à crise. O executivo afirmou que, desde o quarto trimestre do ano passado, a Vibra está mantendo as importações de combustíveis e fazendo repasses de custos mesmo com o aumento de preços do petróleo, causado pela recuperação econômica depois da fase mais aguda da pandemia.
Ele disse que os repasses dos aumentos aos preços praticados no mercado interno têm sido avaliados cuidadosamente. “Em momentos de alta de preços, em determinadas praças, é preciso fazer reajustes com cuidado para garantir que não se descole do mercado. Há o custo que precisa ser repassado e há o preço. Isso precisa ser muito bem balanceado para não gerar assimetrias”, disse Natal.
A Vibra, acrescentou o executivo, tem tido ganhos de participação de mercado. A companhia encerrou 2021 com fatia de 28,4% do mercado brasileiro de combustíveis, aumento de quase dois pontos percentuais em relação aos 26,5% que tinha no fim de 2020. A empresa fechou 2021 com lucro líquido de R$ 2,5 bilhões, alta de 36% na comparação anual. As receitas líquidas anuais somaram R$ 130,1 bilhões, crescimento de 59,7%.
No cenário atual, empresas menores têm dificuldade de manter a importação de combustíveis com a alta dos preços e a maior disputa por derivados no mercado europeu, que está sendo afetado pelas menores exportações da Rússia. Nos últimos meses, importadores privados têm acusado a Petrobras de praticar preços abaixo da paridade com o mercado internacional, o que inviabiliza a importação por empresas menores.
Segundo Natal, a Vibra tem recebido demandas para suprir clientes de fora da rede de postos de bandeira própria, pela falta de suprimento de combustíveis em algumas regiões. Ele reforçou, entretanto, que a prioridade da companhia seguirá sendo atender à rede própria de postos. “O mercado de diesel deve seguir apertado em abril”, disse.
Para enfrentar a alta de preços, a companhia tem buscado também fortalecer a importação, com o acesso a diferentes fontes para suprir o mercado brasileiro, como o Golfo do México e a Índia. “Dado que não temos investimentos em refino no Brasil, precisamos fortalecer nossa capacidade de importar”, afirmou Ferreira Jr.
Em dezembro, a Vibra começou a implementar uma trading de derivados com o objetivo de ter maior flexibilidade e mitigar a exposição a flutuações na compra de produtos. “Somos o maior importador de derivados do país e nessa situação ficamos fortalecidos com a nova trading”, disse o presidente.
Fonte: Valor Econômico
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