Vinci compra terminal portuário da JCR no Paraná
jan, 06, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202201
A Vinci Partners acaba de fechar a aquisição do terminal Porto Pontal, no Paraná, que pertencia ao grupo JCR, do empresário curitibano João Carlos Ribeiro. O fundo vai investir R$ 3 bilhões de forma escalonada para implementar o projeto, desenhado para ser um dos terminais de contêineres mais modernos da América do Sul. O valor da transação não foi revelado.
A aquisição é o primeiro investimento realizado dentro da estratégia de transporte e logística da área de infraestrutura da Vinci. “Estamos buscando ativos nesse segmento há algum tempo, disputamos aeroportos, fizemos análises de ativos de rodovias e portos, e agora acertamos com o Porto Pontal, um projeto que já namorávamos há um bom tempo”, disse José Guilherme Souza, sócio da Vinci e head de infraestrutura. “O projeto tem mérito de localização estratégica e de calado relevante, sem amarras de terminal em porto público.”
A capacidade do Porto Pontal na primeira fase, que deve ser concluída em cerca de quatro ano, será de 1,5 milhão de TEUs. Na fase final, dobra esse volume, para 3 milhões de TEUs. O Porto Pontal é um projeto que a JCR tenta desenvolver há quase uma década, entre embates de licenças, regulações e financiamentos. A Vinci assume o projeto já com essa etapa concluída, para a fase de obras.
“Nossa próxima aquisição deve estar ligada a uma das privatizações de companhias de docas”, adianta o executivo. A Vinci avalia entrar no leilão da Codesa, do Espírito Santo, que deve ser um dos primeiros do cronograma público – o fundo já tem uma equipe debruçada na análise há quatro meses. O fundo também tem particular interesse nas privatizações dos portos de Santos e São Sebastião.
A Vinci traçou três rotas para avançar em infraestrutura e vem sendo ativa nos bids nos últimos dois anos, com veículos dedicados por segmento. Além de transporte e logística, tem buscado também ativos de saneamento e energia elétrica. “O setor elétrico é historicamente relevante para a Vinci, desde a primeira aquisição, no início dos anos 2000, da Cemar. Estamos bastante ativos em transmissão e geração de energia renovável, o que deu origem à nossa área de infraestrutura”, diz Souza.
Em saneamento, a casa chegou a dar lance em consórcio pela concessão de Maceió e Rio, mas não levou. A gestora já tem conversas com outros players para entrarem juntos em próximas concessões. “Vamos ter uma presença relevante nessa área, é questão de tempo. Os desafios, a necessidade de capital e a diferença que uma gestão eficiente pode fazer é muito semelhante ao que aconteceu em energia, mas temos que fechar a equação de risco e retorno”, diz o sócio, referindo-se aos ágios elevados nos últimos leilões.
Fonte: Pipeline Valor Econômico
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