Xeneta: contratos de longo prazo não seguem tendência de baixa do mercado spot
nov, 03, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202244
Com forte tendência de queda no mercado de frete spot (“à vista”), baixa demanda e diminuição do congestionamento portuário, esperava-se que as taxas de frete marítimo incluídas nos contratos de longo prazo negociados em outubro também haveriam de diminuir. No entanto, dados recentemente publicados pela Xeneta Shipping Index (XSI®) revelam que as taxas globais caíram apenas 0,6% no mês, após redução de 1,1% em setembro (as primeiras quedas desde janeiro de 2022). Apesar disso, os sinais de abrandamento estão “lá para todos verem,”
Bonança antes da tempestade?
“Os observadores do mercado marítimo estão atentos este mês,” comenta o CEO da Xeneta, Patrik Berglund.
“As taxas de frete spot vêm despencando desde a temporada de verão nas principais rotas comerciais e as taxas de longo prazo normalmente seguem a mesma tendência após alguns meses. Além disso, não há evidências de que o volume transportado crescerá, tendo em vista que muitos exportadores já têm estoques altos e esperam uma demanda sazonal menor frente ao cenário macroeconômico desafiador. Em paralelo à menor confiança por parte dos consumidores, existe também a questão da maior capacidade de frota. Neste contexto, uma queda de apenas 0,6% parece quase uma ‘vitória’ para as transportadoras.”
Sinais de alerta
Os dados da Xeneta apontam que houve quedas significativas nas taxas negociadas em rotas importantes, como entre o Extremo Oriente e a Europa. Embora esta ainda não seja uma tendência generalizada, as taxas de frete de longo prazo recém-negociadas entre o Extremo Oriente e o Mediterrâneo caíram 30% desde o final de setembro, caindo também 12,4% nos portos do norte da Europa.
Berglund comenta: “Mesmo nas rotas onde estamos vendo taxas sólidas de longo prazo, como no caso das rotas que vão à Costa Leste dos EUA, cabe duvidar se alguém concordará com isto no próximo ano visto que as taxas spot estarão muito mais baixas. O que deveremos ver são os embarcadores procurando transferir volumes para o mercado spot, espalhando o medo entre as transportadoras desesperadas para fechar negócios. O resultado? As operadoras podem se ver forçadas a reduzir os preços já negociados.”
Renovação de frota
Conforme apontou o CEO da Xeneta, outra prova da viragem da maré é que, em outubro, ocorreu a primeira demolição de um porta-contêineres com capacidade superior a 1000 TEU desde março de 2021 (Mathu Bhum, 32 anos).
“A demanda por tonelegam, que estava demasiado alta, agora está se liquidando,” diz ele, “e esta provavelmente será a primeira de uma série de demolições visando a renovação da frota, já que os lucros caem diante de um mercado enfraquecido.”
Resignação
No entanto, conforme demonstrado pelos dados de crowdsourcing do XSI®, os grandes armadores e transportadoras ainda não entraram em pânico. As importações europeias tiveram seu pior desempenho na análise de outubro, com uma queda mensal de 8,3%. Ainda assim, comparado com janeiro de 2022, ainda há um aumento de 63,7%. Não houve mudança nas taxas de exportação regionais, que permanecem aquém de seu pico de agosto.
As taxas negociadas no Extremo Oriente tiveram uma queda de 2,2% este mês, com volumes caindo 1,6% nos primeiros oito meses do ano. Apesar da queda mais recente, este índice de exportação subiu 89,4% desde o início de 2022. O índice de importação subiu 0,2% no mês, agora 35,5% em relação a janeiro deste ano e 60% em relação ao ano anterior.
Fonte: Marine Insight
Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.marineinsight.com/shipping-news/xeneta-container-rates-alert-long-term-rates-refuse-to-follow-in-footsteps-of-huge-spot-declines/
-
Navegação
ago, 16, 2024
0
Órgão marítimo da China pede maior supervisão após incêndios em navios-contêineres
-
Carnes
ago, 18, 2023
0
BRF segue na liderança da exportação halal ao Golfo
-
Logística Outros
abr, 06, 2021
0
Governo de SP lança projeto para nova rodovia com destino ao Porto de Santos
-
Grãos
nov, 28, 2019
0
CMN institui nova linha de crédito, de até R$ 200 milhões, via BNDES, para empresas cerealistas