Grãos

Federação da Agricultura do Paraná cogita desviar soja de Paranaguá para Santos

mar, 20, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202315

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) calcula que, devido às interdições recorrentes na BR-277, principal acesso rodoviário ao Porto de Paranaguá (PR), uma eventual mudança de rota do escoamento de soja para o Porto de Santos poderá gerar um custo adicional de R$ 602,7 milhões.

O gasto adicional com a hipotética mudança de rota foi calculado pelo Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR em relação os custos de frete dos destinos Cascavel-Paranaguá e Cascavel-Santos. O frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, custando R$ 4,86 por saca no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros.

Já no itinerário Cascavel-Santos, cuja distância é de mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, quase 60% mais caro. “Já partiríamos de uma logística com prejuízo elevado ao setor produtivo, por conta do frete maior”, afirmou o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette.

De acordo com a federação, nos últimos meses, por diversas vezes, a BR-277 esteve interditada de forma total ou parcial por queda de barreiras, rachaduras na pista e risco de desmoronamento. Com base nisso, a projeção leva em consideração o cenário de interrupção total da BR-277, única estrada que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá. Neste caso, a produção teria que sair por outro complexo portuário.

Conforme o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, a projeção da colheita de soja em 2022/2023 é de 21 milhões de toneladas. Com base nas médias históricas, o estado deve exportar 15,7 milhões de toneladas – 12,6 milhões por rodovia e 3,1 milhões por ferrovia. Se todo esse volume deixasse de sair por Paranaguá, por uma interdição total da BR-277, o prejuízo seria de R$ 602,7 milhões somente pelo custo de frete a mais até Santos.

“Já existem várias cooperativas e traders que, em razão das más condições da estrada, têm optado por enviar suas cargas para outros portos, como os de São Francisco do Sul (SC) e o de Santos”, afirmou Meneguette.

Cenário santista

No primeiro bimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior, o Porto de Santos registrou queda na movimentação do grão, como detalhou a Santos Port Authority (SPA), em nota.

“Em fevereiro de 2022 foram embarcadas 3,74 milhões de toneladas e em fevereiro de 2023 um total de 3,34 milhões de toneladas. Em janeiro deste ano também foi verificada redução nos volumes em relação ao mesmo mês de 2022. Em janeiro de 2022, foram 657,4 mil toneladas e em janeiro deste ano foram 135,4 mil toneladas. Cabe destacar que o crescimento do volume dos embarques em fevereiro deste ano, em relação a janeiro, se deve à chegada da safra que tem início nesse mês”.

Contraponto

Já a Portos do Paraná divulgou na quarta-feira (15) que os portos de Paranaguá e Antonina, “apesar das chuvas constantes nos últimos dias e da paralisação momentânea do tráfego na BR-277 na semana passada, por causa de uma fissura no km 33”, registram movimentação normal em comparação ao primeiro bimestre, quando as exportações subiram 6% sobre o mesmo período do ano passado.

“Em fevereiro, último mês cheio, o aumento nesse segmento do comércio internacional foi de 2%. Um comparativo nos números de movimentação também mostra que há margem para crescimento na operação nos próximos dias”, informou a Autoridade Portuária paranaense.

A Portos do Paraná apontou como outro indicador de normalidade nas operações, o recebimento de uma média de 1,2 mil caminhões por dia. “Nos primeiros 14 dias de março, foram recebidos 16.965 veículos de carga, média de 1,2 mil por dia. No mesmo período do ano passado, foram 20.666. Foram movimentadas 1,8 milhão de toneladas em Paranaguá e Antonina nesses 14 dias, contra 2 milhões no mesmo hiato do ano passado”.

Segundo dados do Centro de Operações Integradas (COI) do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), que cobre toda a malha do antigo Anel de Integração, apesar dos dois pontos com pista simples na Serra do Mar, o fluxo segue normal nos dois sentidos, com pico máximo de seis quilômetros de fila nesta semana, principalmente no km 42, onde o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) segue com obras de recuperação causadas pela queda de rochas.

Fonte: A Tribuna

Para ler a matéria original completo, acesse: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/federacao-da-agricultura-do-parana-cogita-desviar-soja-de-paranagua-para-santos

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