Acordo União Europeia-Mercosul é pressionado pela França e mais 265 entidades
jun, 29, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202027
Nesta segunda-feira, dia 29 de junho, o presidente da França, Emmanuel Macron declarou sua oposição ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Além disso, houve a mobilização de 265 organizações da sociedade civil também contra ao acordo.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, os ataques na Europa crescem em razão também de posições tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro na área ambiental. O presidente da França já se posicionou favorável à tipificação do crime de “ecocídio” no direito internacional, para julgar, por exemplo, quem não protege ecossistemas.
Desta vez, a mobilização na Europa cresceu porque a Alemanha, que assume a presidência rotativa da UE no dia 1º de julho, tem como uma das suas prioridades justamente tentar avançar na ratificação do acordo birregional.
Diante de 150 membros da Convenção Cidadã pelo Clima, Macron prometeu que nenhum acordo comercial com países que não respeitam o Acordo de Paris terá o apoio da França.
“Eu compartilho a proposição de vocês, e é por isso que, sobre o Mercosul, eu freei claramente as negociações e os últimos relatos que nos foram submetidos me confortam nessa decisão”, disse ele.
O acordo UE-Mercosul, no entanto, não está paralisado como diz Macron, conforme lembrou o site de notícias Mediapart. Negociadores dos dois blocos continuam revisando a parte jurídica dos compromissos acertados no ano passado.
Ao mesmo tempo, um “coletivo” de 265 organizações enviou carta à chanceler alemã Angela Merkel e ao conjunto dos 27 Estados-membros da UE para rejeitar o acordo com o Mercosul. Entre as entidades, estão Attac, Confederação Agrícola, Liga dos Direitos Humanos e Foodwatch.
O grupo tenta aproveitar a brecha aberta pelos parlamentos da Áustria, da região da Valônia, na Bélgica, e também da Holanda, que retiraram seu apoio ao acordo birregional.
As entidades alegam que o acordo UE-Mercosul implica agravar a destruição ambiental e a crise climática, pela expansão da exportação de carros e pela ampliação de monoculturas na floresta.
Na semana passada, um grupo de cinco ONGs apresentou um pedido formal ao ombudsman da UE pela rejeição do acordo birregional. Se o ombudsman aceitar abrir um inquérito, vai ser uma vitória política importante para os movimentos contrários ao acordo. Depois disso, a Comissão Europeia teria três meses para se manifestar.
Fonte: Valor Econômico
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