China encontra coronavírus em asas de frango do Brasil

O governo da cidade chinesa de Shenzhen, ao sul do país, informou, no último dia 12 de agosto, que uma amostra de asas de frango congeladas importadas da fábrica da brasileira Aurora Alimentos, localizada em Santa Catarina, testou positivo para o coronavírus.

Centros locais de controle de doenças testaram uma amostra de superfície tirada das asas de frango como parte de análises de rotina realizadas sobre carnes e frutos do mar importados desde junho, quando um novo surto em Pequim foi associado a um mercado atacadista de alimentos na cidade de Xinfadi.

Autoridades de saúde de Shenzhen disseram que rastrearam e testaram todos que possam ter tido contato com os alimentos potencialmente contaminados e que todos resultados foram negativos.

“Pode ser difícil dizer em que estágio o frango congelado foi infectado”, disse um representante de uma exportadora brasileira na China.

Além dos testes em contêineres de carnes e frutos do mar que chegam aos principais portos nos últimos meses, a China suspendeu algumas importações de carnes de diversas origens, incluindo o Brasil, desde meados de junho.

Sobre o assunto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, divulgou um comunicado no qual informa que logo após notícia veiculada na imprensa chinesa, o MAPA consultou a Administração-Geral de Aduanas da China – GACC buscando as informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação.

Segundo a nota, até o momento, o MAPA não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência.

“O MAPA ressalta que, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há comprovação científica de transmissão do vírus da COVID-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos congelados. O MAPA reitera a inocuidade dos produtos produzidos nos estabelecimentos sob SIF, visto que obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública”, diz a nota.

Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou, em nota, que “ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação”.

“A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus”, acrescentou a associação, que citou organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Para se ter uma ideia do volume que as exportações de carne de frango representam para o Brasil, acompanhe o gráfico a seguir:

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