Grãos

Empresas do agronegócio investem em frota própria de caminhões para reduzir custos

jan, 03, 2019 Postado pordatamarnews

Semana201902

Muitas das principais empresas de agronegócio do Brasil estão estudando a possibilidade de comprar sua própria frota de caminhões para garantir o fornecimento ininterrupto de carga e reduzir os custos de transporte. A maior empresa de grãos do Brasil, a Amaggi, está esperando a entrega de 300 novos caminhões este mês, enquanto a Cargill revelou que está atualmente buscando a aquisição de 1.000 caminhões. As empresas estão buscando reduzir os custos de frete de caminhões após o Supremo Tribunal Federal (STF) estabelecer uma tabela de frete mínimo após a greve dos caminhoneiros em maio de 2018. Da mesma forma, a Bunge e a Archer Daniels Midland (ADM) divulgaram intenções semelhantes. Enquanto isso, a maior cooperativa agrícola do Brasil, Coamo Agroindustrial Cooperativa (Coama), recentemente confirmou a compra de 500 caminhões adicionais em 2018. Até mesmo o frigorífico JBS teria adquirido 360 caminhões em agosto passado.

A tabela a seguir lista os principais carregadores de soja do Brasil nos últimos três anos:

Top soybean shippers | Jan to Nov 2016-2018 (WTMT)

wdt_ID Company_Shipper/Shipper Name 2016 2017 2018
1 BUNGE ALIMENTOS SA 6.357.223 7.139.705 9.677.263
2 CARGILL AGRICOLA SA 6.036.370 7.685.485 9.389.736
3 ADM DO BRASIL LTDA 3.872.150 6.359.201 7.912.372
4 COFCO INTERNATIONAL BRASIL SA 1.932.931 3.896.322 5.738.609
5 LOUIS DREYFUS COMPANY BRASIL SA 1.530.351 3.079.709 4.943.207
Company_Shipper/Shipper Name 2016 2017 2018
∑ = 19.729.025 ∑ = 28.160.422 ∑ = 37.661.187
Avg = 3.945.805,00 Avg = 5.632.084,40 Avg = 7.532.237,40

Supporting Sources:

https://www.portosenavios.com.br/noticias/geral/gigantes-do-agro-compram-frota-propria-para-fugir-do-custo-do-frete

Gigantes do agro compram frota própria para fugir do custo do frete

As incertezas em relação ao tabelamento do frete rodoviário já começam a levar empresas do agronegócio do Brasil a adotar um plano B para o escoamento da safra de soja em 2019.

A mato-grossense Amaggi, pertencente à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fechou a compra de uma frota de 300 caminhões. A entrega dos veículos está prevista para janeiro.

“A aquisição destes veículos atende a uma necessidade estratégica na estrutura logística”, disse o presidente executivo da empresa, Judiney Carvalho.

Catálogo da Indústria Marítima

A Cargill, multinacional de origem americana, confirmou que fez a cotação de 1.000 unidades, mas condicionou a concretização da medida a um posicionamento definitivo do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à inconstitucionalidade da tabela.

“Se isto não ocorrer ou se esta decisão alongar-se de forma a dificultar nossas operações no país, estamos preparados para adotar uma alocação de frota própria”, afirmou a empresa, em nota.

A Bunge, outra gigante do segmento, disse confiar que o tabelamento será derrubado “o mais rápido possível”, mas confirmou que avalia “diversas possibilidades em relação ao frete de seus produtos”. “A companhia se manifestará apenas após a decisão judicial e afirma que continuará pautando sua conduta pelo respeito às leis e decisões da Justiça”.

Segundo a ADM, a situação provoca um “aumento acentuado” no custo do transporte e “pressiona as margens de comercialização de grãos, que já estão bastante deprimidas”. “A ADM espera que o governo encontre uma solução e está avaliando, assim como outras empresas, a adoção de frota própria”.

A cooperativa paranaense Coamo, uma das maiores do país, confirmou a compra de 500 caminhões em 2018. O investimento, segundo a assessoria de imprensa, já estava previsto no planos de renovação da frota atual, mas a ideia é que, se for necessário, os veículos antigos continuem a ser utilizados.

“A tendência entre as cooperativas, se mantido esse tabelamento, é a aquisição de frotas próprias. O único impedimento até agora tem sido a capacidade de produção das montadoras, que para 2019 já chegou ao limite”, comentou Nelson Costa, superintendente da Ocepar, cooperativa que responde por cerca de 60% da produção agrícola do Paraná.

Maior empresa do setor de carnes no mundo, a JBS comprou, ainda em agosto, 360 caminhões para sua frota.

“A decisão está amparada na estratégia de uma operação sustentável, que garanta a produção e oferta de produtos, reduzindo os impactos de custo causados pela aplicação do tabelamento do frete rodoviário”, afirmou a empresa à ocasião, em nota.

O tabelamento de fretes foi resultado de uma longa negociação envolvendo representantes do governo e lideranças dos caminhoneiros.

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