China e Rússia fazem queixas contra carne e soja brasileira
abr, 18, 2021 Postado porandrew_lorimerSemana202117
As embaixadas do Brasil na China e na Rússia reportaram, em telegramas ao Itamaraty, problemas em alimentos brasileiros exportados. Segundo diplomatas, autoridades nos dois países cobram soluções e há até queixa por “falta de controle” em relação aos produtos brasileiros.
Moscou, por exemplo, alertou para o índice de agrotóxico acima do limite permitido. Só em 2020, a reclamação envolveu mais de 300 mil toneladas de soja.
Segundo dados do Comex Stat, um sistema do governo para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro, a soja correspondeu a 25% da exportação brasileira para a Rússia em 2020.
O documento pontuou que o país está endurecendo o controle sobre a presença da substância em produtos de grãos tanto no mercado interno quanto nas operações de exportação e importação.
A justificativa usada pelo país seria por causa do alto grau de toxicidade do glifosato para humanos e animais, confirmado por estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
No Brasil, esse tipo de agrotóxico é permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O telegrama assinado pelo embaixador na Rússia, Tovar da Silva Nunes, citou que a agência reguladora russa tem informado repetidamente ao Mapa sobre o fornecimento ao país de soja com níveis acima do permitido desde 2019.
“O lado russo chamou a atenção dos colegas brasileiros para a necessidade de tomar medidas corretivas o quanto antes”, escreveu o diplomata.
Dados do DataLiner mostram que a exportação brasileira de soja para a Rússia diminuiu nos dois últimos anos apesar de ainda serem volumes substanciais.
Exportação brasileira de soja para a Rússia | 2016 a 2020 | Escalas de Navios
Os dados também mostram que o volume de soja embarcada também caiu.
Exportação brasileira de soja para a Rússia | 2016 a 2020 | Toneladas
A missão em Pequim, por outro lado, relatou ao menos seis registros de presença do novo coronavírus em embalagens de carne e de pescado.
O Mapa afirmou, por meio de nota, que rotineiramente são tratados temas similares na relação comercial entre países.
“Os dois pontos citados já foram analisados e continuamente são monitorados entre o Brasil e os governos da China e Rússia. O fluxo comercial desses países com o Brasil permanece fluído, sem interrupção”, afirmou.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse, em nota, que desenvolveu protocolo com o Hospital Israelita Albert Einstein, que rege os cuidados adotados pelas empresas do setor, assim como a legislação brasileira.
“Ambos protegem a saúde dos colaboradores e preservam a inocuidade dos alimentos produzidos para o mercado interno e internacional.”
A entidade disse ainda que organizações técnico-científicas relacionadas à saúde humana e à produção de alimentos realizaram pesquisas que constataram que o risco de transmissão de Covid-19 por embalagens é praticamente nulo.
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